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Na semana que antecede ao aniversário de 65 anos da cidade de Mari, o ExpressoPB.net, através da Revista Digital EXPRESSO produz o Especial VULTOS DA HISTÓRIA buscando apresentar aos seus leitores, sobretudo aos da cidade de Mari quem foram as pessoas que ajudaram a construir os seus 65 anos de história.
Nessa série, o trabalho produzido e aqui apresentado deu uma ‘saída da curva’ para evidenciar pessoas, muitas vezes anônimas, que apesar de não ter recebido destaque nas paginas de eventuais livros de história sobre a construção do lugar, também contribuíram com ela, através da força de seu trabalho, de sua representatividade por onde andou ou pela sua dedicação e amor a seu povo e sua terra.
No segundo número da série, apresentamos Gilvan Camilo Pereira, ou simplesmente Gil Camilo, escritor, polêmico ativista político que teve forte influência política e social na década de 1980. Durante muitos anos, após a sua morte, em 1989, vítima de um assassinato cruel, pouco se falou de Gil Camilo, seja pelas circunstâncias de seu assassinato, seja carga emocional e política que o episódio trouxe para os anais da história contemporânea mariense.
Foto Reprodução/Arte: Odia1
Gil Camilo era filho de tradicional família política da região de Guarabira, mais precisamente enraizada na vizinha cidade de Mulungu. Dizem os mais velhos que Gil Camilo era um homem de personalidade forte, perfil apurado e pavio curto, tão curto que pequenos ocorridos se transformavam em episódios de grandes proporções.
Um escritor polido, de linguagem rebuscada [de difícil compreensão], mas esteticamente impecável. Era homem da da escrita, mas muito mais da voz, argumentava como poucas pessoas.
Empresário do ramo de panificação, Gil Camilo, tinha seu estabelecimento comercial localizado no início da Rua João Suassuna, próximo a ‘quitanda’ de seu José Veríssimo. Atuava politicamente no velho MDB e por política passava noites a fio debatendo e discutindo, defendo seus pontos de vista de forma contundente e até, para muitos, exagerada.
Foi em agosto de 1989 que, por questões políticas, Gil Camilo foi assassinado na porta de sua casa, em um domingo, dia dos pais, por um adversário que lhe acertou um tiro certeiro no peito.
O fatídico ocorreu na Rua Antonio Claudino, no centro da cidade onde o próprio residia, chocando a sociedade mariense e ganhando repercussão regional, devido a banalidade da motivação e por se tratar de um integrante de importante família política da região.
A morte de Gil Camilo até chegou a ser cogitada como encomendada pelo ex-prefeito Adinaldo Pontes, fato que nunca foi comprovado, mas se transformou em trampolim político na cidade e talvez por isso, a sua história e sua passagem por essa terra tenha sido relegados e um tanto esquecidos.
Redação/Revista Expresso
Série Vultos da História/2023
