#ExpressoExplica: Porque a gestão Magna Gerbasi em Rio Tinto não tem o mesmo sucesso de suas duas primeiras?

Publicado em sexta-feira, junho 23, 2023 · Comentar 


 

 

Na manhã da última quarta-feira (21) a prefeita de Rio Tinto, Magna Gerbasi, teve sua gestão “açoitada” nas ondas da Rádio Arapuan FM, nas primeiras horas do dia no programa Paraíba Verdade apresentado por Samuka Duarte e Diego Lima. Guardadas as devidas precauções no que se refere a avaliação dos radialistas citados, já que como seres humanos devem ter suas preferências políticas, um fato deve-se registrar: a prefeita Magna não consegue há dois anos e meio de sua terceira gestão ter o mesmo sucesso que obteve nos seus dois primeiros governo na cidade de Rio Tinto (2005-2008/2009-2012).

Algumas questões devem ser colocadas para análise do ponto de vista político inicialmente; como por exemplo, o surgimento de nova liderança que passou a disputar espaço político com a família Gerbasi, no caso específico o ex-prefeito Fernando Naia. Até então, os Gerbasi disputavam a hegemonia política com os Braga, que por sua vez, teve sua última passagem no comando da prefeitura chamuscada por desastrosa gestão da então prefeita Vânia Braga entre 2001 e 2004.

Os Gerbasi voltaram ao comando da prefeitura de Rio Tinto naquela eleição de 2004 na esteira do insucesso de Vânia e estrategicamente conseguiu desgastar o clã Braga ao ponto deste agrupamento político não conseguir manter arcabolço eleitoral suficiente para a retomada do poder em 2008, quando Magna se reelegeu.

De 2009 em diante, os Gerbasi, como falam na linguagem popular, ficaram de ‘melé solto’ mandando e desmandando nas estruturas do poder político local, tendo em 2012 eleito a sua sucessora, Dudu de Brizola, de forma confortável. No pleito seguinte com o desgaste de sua gestão, Dudu abdicou da reeleição, mas Magna se negou a suceder sua criatura, porque estrategicamente, não via possibilidade de vitória graças ao desgaste da prefeita, obra de sua criação política.

Com a chegada de Fernando Naia à prefeitura em 2016, ocorreu um reajuste das forças políticas de Rio Tinto: os Braga definitivamente passaram de protagonista para coadjuvante [ Dr Braga teve 32,06% dos votos]; os Brizola que apoiaram a candidatura de Marcão [30,61%], não conseguiram ter papel de destaque quando estiveram no comando do poder e, entretanto, não conseguiram submergir os Gerbasi que continuou dando as cartas no jogo politico riotintense.

O retorno de Magna Gerbasi ao cargo mais importante de Rio Tinto em 2020 selou a influência e predominância familiar na política da terra fabril, mas a inoperância do prefeito Naia em não conseguir garantir palanque amplo e atrair pelo menos mais um dos então candidatos a prefeito pela oposição foi a ‘virada de chave’ do retorno dos Gerbasi que compreenderam que quanto maior a divisão política, mas favoritos seriam e assim aconteceu.

O passado favorável e o presente difícil de Magna

Entre 2005 e 2012 tudo era mais fácil, mesmo tendo, Dona Magna, substituído uma gestão que deixou salários atrasados, cidade tomada de lixo, fornecedores sem pagamento e toda a má sorte que Rio Tinto pudesse suportar em questão de administração pública.

Colocar salário em dia dos servidores era, então, o grande feito de quem viesse a suceder esse cenário de caos. E assim Magna fez! Tirou Rio Tinto do pântano e colocou nos trilhos, organizando a cidade financeira e administrativamente, o resto foi saldo de sorte e habilidade.

Atualmente a situação é totalmente inversa. Magna ganhou a eleição com apenas 43,20% dos votos, praticamente com um terço do eleitorado e para satisfazer os outros 57% precisa entregar a população muito mais que salário em dia, como foi no passado.

Quanto a seu sucessor e principal adversário, não tem muito o que criticar, pois sua gestão foi razoavelmente bem, tendo sido o seu maior problema o campo político, onde ele – Naia – não soube traquejar com a classe política para lhe dar suporte para vencer a reeleição.

Para se manter no poder, Magna e seu grupo precisa fazer mais do que o feijão com arroz na administração de Rio Tinto e conseguir consolidar uma base política e social forte que lhe garanta o sucesso nas urnas o ano que vem.

Não existe receita pronta na politica, cada momento é único e cada ação corresponde a uma reação, Magna sabe o desafio que tem pela frente, nada tão complicado que ela e o marido – Marcos Gerbasi – tido como ‘raposa velha’ na política não saibam conduzir. Mas nunca é demais lembrar que subestimar o adversário é erro politico crasso. As vezes eles surpreendem de tal forma que não se tem mais tempo para reagir!

 

Redação/ExpressoPB

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