Voo pela vida: helicóptero transporta para UTIs bebês que demandam tratamento de urgência

Publicado em segunda-feira, junho 19, 2023 · Comentar 


Foto Reprodução

A tarde de 13 de março ficará marcada na memória da família da recém-nascida Liz Oliveira como um dos dias mais angustiantes já vividos. Horas depois do parto, a bebê foi diagnosticada com uma bactéria no pulmão e precisou ser levada a uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). Com um dia de vida, Liz viveu sua primeira aventura: voar de helicóptero de sua cidade, Paraíba do Sul, onde não havia recursos para atendê-la, até Volta Redonda. O transporte foi feito por equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) com ajuda da Superintendência de Operações Aéreas da Secretaria de Estado de Saúde (SOAer), que há nove meses transporta bebês para UTIs Neonatal em diferentes regiões do estado.

A correria no transporte de Liz foi para tratar um diagnóstico de sepse neonatal, que acomete crianças no primeiro mês de vida. Liz — que está entre as 87 crianças beneficiadas pelo serviço até agora — foi levada para o Hospital Hinja, em Volta Redonda, onde recebeu tratamento.

— Foi o dia mais desesperador da minha vida — conta a avó de Liz, Claudiana Oliveira, de 42 anos. — Deixar a minha neta entrar num helicóptero sem ninguém da família foi difícil. Mas a equipe me acalmou, e Liz chegou à maternidade em 25 minutos. De carro, levamos duas horas e meia. Lá, vi que ela chegou bem. Hoje, minha bênção está bem, saudável e já passou dos 4 quilos.

Emoção da pediatra

Virgínia Rosa, pediatra que integra a equipe do Samu, se emociona ao lembrar dos bebês que já transportou com o serviço aeromédico:

— Tem sido muito gratificante porque a gente não faz nenhum transporte trivial, os nossos transportes são sempre de recém-nascidos em situação de risco, de prematuridade extrema ou de necessidade de uma intervenção cirúrgica que requer um transporte de urgência. Muitas vezes, tiramos de municípios onde não há recursos ou infraestrutura para o atendimento a esses bebês.

Liz salva por Liz

Nos helicópteros, os bebês são levados em incubadoras, que contam com equipamentos como respiradores. A equipe da aeronave é composta por piloto, copiloto, médico e enfermeiro. No momento, o Estado do Rio conta com apenas um helicóptero para o serviço, divido entre transporte de órgãos para doação, de bebês para UTIs neonatal e de vacinas. Uma segunda aeronave está em processo de aquisição.

— O Centro Integrado de Controle aqui do Rio de Janeiro filtra as missões. As que demandam transporte aeromédico são passadas pelo Samu, depois de analisar os formulários e avaliar se aquela criança tem condições de ser removida por meio aéreo. Depois, eles nos consultam se há condição operacional para a missão ser realizada. Em geral, leva 40 minutos para decolar — conta o coronel Marques, comandante das operações.

Comentários