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Foto Reprodução
Geoffrey Hinton, pioneiro da inteligência artificial (IA) e especialista da área no Google, decidiu deixar a empresa e diz ter se arrependido de ter desenvolvido a tecnologia. Considerado “padrinho da IA”, ele trabalhou por mais de uma década na big tech e se tornou uma das vozes mais respeitadas da área.
“É difícil ver como você não pode impedir que os atores ruins usem isso para coisas ruins”, afirmou Hinton ao jornal americano The New York Times. Ele se juntou a um grupo de críticos a empresas que criam produtos baseados em IA generativa, tecnologia que alimenta chatbots como o ChatGPT.
Líderes da área de IA têm demonstrado preocupação com o avanço da tecnologia e apontam que ela pode ser uma ferramenta para desinformação, podem ser um risco para empregos e até para a humanidade.
Em março, quando a OpenAI, uma startup de São Francisco (EUA), lançou uma nova versão do ChatGPT, mais de mil pesquisadores de tecnologia assinaram uma carta pedindo uma moratória de seis meses no desenvolvimento de novos sistemas por conta dos “riscos profundos para a sociedade e a humanidade” apresentados pelas tecnologias de IA.
Logo depois, líderes da Associação para o Avanço da Inteligência Artificial, uma sociedade acadêmica de 40 anos, divulgaram uma outra carta alertando para os riscos da tecnologia. Hinton não foi signatário de nenhum dos dois documentos e disse que preferia não se manifestar sobre o tema enquanto estivesse no Google.
Após sua saída da empresa, que foi notificada em abril, ele disse ter se arrependido da criação. “Eu me consolo com a desculpa normal: se eu não tivesse feito isso, outra pessoa teria feito”, afirmou.
Redação/DCM
