Em dez anos, ele transformou sua gelateria no interior de SP em franquia que fatura R$ 100 milhões

Publicado em quarta-feira, março 1, 2023 · Comentar 


Eduardo Borelli, fundador da Gelato Borelli Divulgação

Cozinhar sempre foi a atividade preferida do empreendedor Eduardo Borelli, mesmo quando ele era jovem demais para manusear uma faca. “Isso era um grande problema em casa”, brinca. Ele diz que sempre gostou de “servir as pessoas”, seja em um churrasco ou com uma porção de batata frita em família. Quando já tinha idade suficiente para perceber que esse hobby poderia ser uma porta de entrada para um negócio, resolveu que empreenderia com o que amava. Hoje, é dono da Gelato Borelli, uma rede de franquias que faturou R$ 100 milhões em 2022, com 70 unidades abertas.

Borelli tomou como referência para empreender uma sorveteria de seu bairro, em Ribeirão Preto (SP), quando era criança. Ele se lembra que se encantava com a apresentação dos produtos e com o atendimento do local. “Isso me inspirava muito.” No entanto, no início, tinha em mente abrir uma loja híbrida, que serviria pizzas e sorvetes.

Em 2012, ele à Itália e se especializou em gastronomia. “Fiz cursos de pizza, depois alguns de sorvete, até que eu pensei: moramos em uma cidade muito quente, com potencial muito alto, vamos focar em gelatos”, conta.

De volta ao Brasil, ele investiu em maquinário específico para a produção de sorvetes do tipo gelato, e em 2013 montou a primeira loja em Ribeirão Preto (SP), em sociedade com a esposa, Gisele Borelli. Um ano depois, já tinha duas lojas abertas na cidade e começou a ser sondado por amigos e conhecidos para abrir outras unidades, sob contrato de licenciamento de marca.

Loja da Gelato Borelli em Ribeirão Preto (SP): rede quer chegar a 350 franquias até 2025 — Foto: Divulgação

Loja da Gelato Borelli em Ribeirão Preto (SP): rede quer chegar a 350 franquias até 2025 — Foto: Divulgação

A rede começou a crescer pelo interior paulista, chegando a cidades como São Carlos, Araraquara e Bauru, e também em Minas Gerais, com lojas em Uberaba e Uberlândia, entre outras. Em 2019, a Gelato Borelli já somava 15 unidades. Foi quando o empreendedor recebeu uma proposta financeira de um grupo de investimentos da região.

A ideia era converter o modelo de expansão da Borelli em franquia, com um formato mais estruturado de treinamento e expansão. De acordo com o empreendedor, pesou na decisão o fato de não ser um fundo de investimento comum, mas um grupo de empreendedores com experiência em gestão de franquias “Seria muito importante para a Borelli profissionalizar a rede”, afirma.

Gelato Borelli: produtos são feitos com maquinário instalado nas próprias lojas — Foto: Divulgação

Gelato Borelli: produtos são feitos com maquinário instalado nas próprias lojas — Foto: Divulgação

Durante o período de transição, mais algumas lojas foram abertas. Quando a conversão para o franchising foi estabelecida, a marca já tinha 23 operações em funcionamento. De acordo com o atual CEO da marca, Jucimar Silva, os empreendedores viram a nova relação como um ganho no negócio, então, não houve resistência. Eduardo Borelli hoje está mais focado na parte artesanal do negócio.

Durante os dois primeiros anos de pandemia, a marca se estruturou para atender via delivery e colocou o pé no freio na expansão. No ano passado, no entanto, dobrou o número de unidades, chegando a 14 estados, além Distrito Federal. De acordo com Silva, a rede tem mais 30 contratos já fechados, e deve terminar de inaugurar todas essas operações até abril de 2023, batendo a primeira centena de lojas.

Jucimar Silva, CEO da Gelato Borelli — Foto: Divulgação

Jucimar Silva, CEO da Gelato Borelli — Foto: Divulgação

A reabertura das operações durante a pandemia fez com o que o canal de entregas em domicílio reduzisse a importância dentro do faturamento. “O delivery ainda é um ponto a desenvolver no nosso negócio. Com a volta da normalidade, as pessoas preferem ir à loja. Em média, hoje representa entre 15% e 18% das vendas”, diz Silva.

Ainda neste ano, a empresa prevê ampliar a fábrica responsável pelos principais insumos dos gelatos, localizada em Cravinhos (SP), para conseguir suportar o crescimento almejado pela marca. A projeção é chegar a 350 unidades até 2025. “Um dos diferenciais da Borelli é que todas as unidades têm fabricação própria, com a intenção de proporcionar o maior frescor possível”, afirma Silva.

Atualmente, metade do investimento nas novas lojas é destinado ao maquinário, que custa em torno de R$ 550 mil. A rede trabalha com três modelos de negócio: quiosque, loja de rua e de shopping. A taxa de franquia é de R$ 50 mil, e o custo de implantação vai depender do ponto escolhido, mas pode chegar a até R$ 700 mil. É indicado um capital de giro de 10% do valor investido.

Da Redação 
Com PEGN/Por Paulo Gratão

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