Nunca é tarde para começar. Dona Luiza Maria dos Santos, ou Luizinha, como gosta de ser chamada, de 88 anos, soube aplicar essa frase na vida. Ela está cursando o 5º ano e é a aluna mais velha do ensino básico em Brasília.
Na década de 1970, Luizinha trabalhou como porteira do CED 4 do Guará. Em 2023 ela voltou ao local, mas trocou a vassoura pelos livros.
A aposentada conta só conseguiu colocar em prática o sonho de concluir os estudos depois que o marido morreu, ele não a deixava voltar para a sala de aula. Os 10 filhos foram outro motivo que a fizeram ficar longe da escola.
Luiza Maria dos Santos, de 88 anos, em escola do Guará, no DF — Foto: TV Globo/Reprodução
A aluna não perde um dia de aula. Ela conta que até no feriado de carnaval quis ir para a escola.
A vontade de estudar da aposentada não passa despercebida. Rogério Passos, diretor do CED 4, não poupa elogios para a nova aluna.
“Quando fizemos a recepção dos alunos e entramos em contato com ela, não teve como não chamar a atenção. Foi uma surpresa positiva saber que uma aluna de 88 anos tem vontade de estudar e tem planos para estudar na faculdade”, conta.
Com os cabelos cor-de-rosa, unhas pintadas e batom, dona Luiza Maria que é costureira quer fazer faculdade de moda.
Luiza Maria cursa uma turma de Educação de Jovens e Adultos – EJA. No Distrito Federal, as matrículas dessa modalidade de ensino ficam abertas durante o ano todo.
Para frequentar uma escola, basta ir até a secretaria de uma das 95 unidades da rede pública de ensino. Segundo a Secretaria de Educação, há uma estimativa de 32 mil alunos na EJA em 2023.
Da Redação
Com G1