Acusado de criar vaga falsa de emprego para matar ex é condenado a 20 anos

Publicado em quinta-feira, fevereiro 2, 2023 · Comentar 


Gessiana Farias dos Santos tinha 17 anos quando foi assassinada(foto: Reprodução/Acervo Pessoal)

A Justiça sentenciou Francisco Marcelo Freitas de Oliveira a 20 anos de prisão pelo feminicídio que vitimou Gessiana Farias dos Santos em 10 de maio de 2019 em Guaraciaba do Norte (Serra da Ibiapaba). A decisão da Vara Única da Comarca de Guaraciaba do Norte foi tomada após Tribunal do Júri realizado nessa terça-feira, 31.

Gessiana, que tinha 17 anos, era ex-namorada de Francisco Marcelo, que à época tinha 19 e hoje tem 23 anos. Conforme a sentença de pronúncia, o acusado confessou que criou uma conta falsa na rede social Facebook e marcou um encontro com Gessiana no Ginásio Poliesportivo de Guaraciaba. O pretexto era uma inexistente proposta de emprego.

Conforme o Ministério Público Estadual (MPCE), a vítima foi morta com 17 facadas, após Francisco Marcelo pedir que eles voltassem a namorar e ela negar. Conforme uma familiar de Gessiana, Francisco Marcelo insistia “bastante”, já há algum tempo, para que o namoro fosse reatado.

Diferente do que disse na fase policial, durante a instrução processual, Francisco Marcelo negou ter cometido o crime. Segundo disse, ele só assumiu a autoria por medo daquele que seria o verdadeiro autor do crime, um amigo seu.

Conforme a sentença de pronúncia, Francisco Marcelo “alega que foi ao encontro de sua ex-namorada para tentar reatar o relacionamento e que os amigos […] também foram ao local. Na sequência, [um dos amigos] teria desferido os golpes na vítima”.

Aos policiais, ele disse, entretanto, que “não tava no pensamento de matar […] que queria voltar […] que ela falou que não queria […] que aí ele foi e matou ela”. Preso cerca de seis horas após o crime, Francisco Marcelo foi encontrado na calçada de sua casa e estava com um pequeno arranhão na mão, “como se fosse feito por uma unha”, conforme depôs um dos policiais.

Francisco Marcelo foi condenado por homicídio quadruplamente qualificado: motivo torpe, meio cruel, recurso que impossibilitou a defesa da vítima e feminicídio. Ele poderá recorrer, mas não poderá fazê-lo em liberdade.

O julgamento quase foi adiado e o acusado, solto, já que o promotor que atuaria no Júri Popular teve um problema de saúde de última hora. O promotor Oigrésio Mores, titular da 1ª Promotoria de Justiça de São Benedito, assumiu o caso faltando pouco mais de 24 horas para o julgamento, afirmou o MPCE, que destacou ainda que o processo tinha mais de 1.100 páginas e que a sessão durou mais de 16 horas.

Da Redação 
Com O POVO

Comentários