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Foto: Reprodução da internet
O descarte incorreto de óleo de cozinha tem fortes impactos ambientais. Estima-se que um litro seja suficiente para contaminar pelo menos 25 mil litros de água, o que afeta a vida aquática e o solo. Pensando em alternativas para promover o reaproveitamento do rejeito doméstico, a startup sul-mato-grossense Óleoponto idealizou um projeto inovador: um totem inteligente interativo, que usa um sistema de bonificação para incentivar a comunidade a fazer a entrega de óleo de cozinha usado. O líquido coletado pela máquina é reaproveitado e transformado em biodiesel.
A ideia de uma máquina de tecnologia reversa tornou-se realidade com o apoio da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (EMBRAPII), que forneceu recursos não reembolsáveis e suporte técnico da Unidade EMBRAPII Instituto Federal Fluminense (IFFluminense), um centro de pesquisa de excelência, para desenvolver o software e o hardware do equipamento.
“Queremos evitar ao máximo a contaminação da água no nosso país e no mundo. Esse é o propósito da Óleoponto. Aprendemos muito com os nossos resultados no passado e encontramos a EMBRAPII no momento certo para desenvolver essa tecnologia que agora estamos colocando no mercado”, afirma Zadrik Mendonça, CEO da Óleoponto. Segundo ele, os custos para desenvolvimento de hardware são altos e toda alteração é equivalente a um novo produto. Então esse modelo de contratação foi fundamental, especialmente para uma startup pequena, sem recursos, para quem os apoios financeiro e técnico são os viabilizadores do projeto.
O objetivo da tecnologia é estimular que mais pessoas adotem o hábito de reciclar o óleo e passem a contribuir com a preservação do meio ambiente, sendo recompensadas por isso. “Os benefícios para entrega voluntária variam. A cada quatro litros de óleo depositados na máquina, por exemplo, a pessoa recebe um litro de óleo novo“, indica Zadrik, que planeja ampliar o leque de recompensas, como desconto em contas de água, luz e créditos para celular.
Como funciona o Óleoponto
A única máquina já disponível atualmente está localizada em Foz do Iguaçu (PR), no programa de inovação Vila A Inteligente. Os interessados em doar óleo de cozinha usado precisam se cadastrar no sistema da Óleoponto. Cada litro de óleo doado gera 10 pontos. A cada 40 pontos – ou seja quatro litros de óleo doado na máquina- , é possível receber um crédito do sistema, que dá direito ao recebimento de uma nova garrafa de óleo fornecida por um supermercado parceiro.
Participação na COP26 e planos futuros
O equipamento também rendeu à startup presença na COP26, conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre mudanças climáticas, que ocorreu no final do ano passado, na Escócia. A empresa é referência no setor de logística reversa de óleo e Zadrik esclarece que atualmente o projeto está em busca de investidores para produzir a máquina em larga escala. Se isso acontecer, a ideia é disponibilizar o Óleoponto em locais de grande circulação de pessoas, como supermercados, escolas e estações de transporte público. Sobre os planos futuros e a produção massiva do equipamento, Zadrik afirma: “Temos muita procura aqui no Brasil, o saneamento cresce muito com o novo marco legal e nossa solução minimiza custos com manutenção, desobstrução das redes de esgoto e tratamento de água”.
Sobre a EMBRAPII
A EMBRAPII é uma Organização Social com Contrato de Gestão com os Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), Educação (MEC), Saúde (MS) e Economia (ME).
A instituição oferece recursos não reembolsáveis e um ecossistema de 76 Unidades EMBRAPII (centros de pesquisas) a empresas nacionais que desejam inovar. Para pequenos empreendedores e startups, há um programa específico, o Lab2MKT, que acompanha todo o ciclo de desenvolvimento do produto até sua chegada ao mercado. Mais de 1600 projetos já receberam o apoio da EMBRAPII, totalizando mais de R$ 2,2 bilhões em investimentos.
Da Redação
Com Assessoria
