Após ser xingado pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nas redes sociais por criticar o indulto presidencial a Daniel Silveira (PTB-RJ) , o ex-ministro da Educação Abraham Weintraub fez uma transmissão online, na noite do domingo, para revelar supostas pressões de Jair Bolsonaro contra sua eventual candidatura ao governo de São Paulo. O pré-candidato do presidente em São Paulo é o ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas (PL).
Na transmissão, Arthur Weintraub, irmão do ex-ministro e ex-assessor especial da Presidência da República, disse ter recebido mensagens de “intermediários” da Presidência, no fim de 2020, por críticas públicas que a dupla fez à aliança do governo federal com partidos do centrão.
Segundo os irmãos, Bolsonaro ameaçou demitir Abraham do cargo de diretor-executivo do conselho do Banco Mundial, indicação que havia sido feita pelo próprio presidente.
Weintraub foi para os Estados Unidos em junho de 2020, após deixar o ministério da Educação. Na época, ele era alvo de uma série de polêmicas envolvendo o governo federal, especialmente depois de ter defendido a prisão de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e os chamado de “vagabundos” em uma reunião ministerial.
“Quando chega em novembro, o presidente me liga (e fala): “O negócio é o seguinte: se continuar com essa história de governador… Vocês não estão ganhando em dólar? Vocês perdem isso daí. Vocês podem ficar aí por vários anos, mas vocês têm que sumir. Desaparece da internet. Some. Para de falar. E não voltem para o Brasil”, disse Arthur, numa sala virtual com a presença do ex-ministro Ernesto Araújo, do empresário Victor Metta e do blogueiro Paulo Enéas, dono do site bolsonarista Crítica Nacional.
Em seguida, Arthur afirmou que Bolsonaro, num outro telefonema meses adiante, debochou do fato de Abraham não ter gostado do tom das pressões, já que sem o cargo ele teria de voltar ao Brasil, onde, segundo os irmãos, eles estariam recebendo ameaça de morte.