Opinião: Quando a voz da experiência resolve falar, sem ser provocada

Publicado em sábado, março 20, 2021 · Comentar 


Quem não conhece o professor Pedro Nunes em Mari?. É uma lenda viva, testemunha inconteste de fatos que orbitam a nossa história. Ele próprio afirma está em andamento a conclusão de um livro com a narrativa histórica da nossa cidade, incluindo fatos ‘pitorescos’ ocorrido no Araçá [antigo nome de Mari] e que nunca receberam a “luz do olhar” de nossos historiadores.

Pois bem, soube a pouco que na manhã deste sábado – 20 de março – o nobre professor ao participar de programa da Rádio Araçá FM, com sua experiência de vivência política, afirmou, com outras palavras, espontaneamente [sem ser provocado] que beijos e abraços não é garantia de reciprocidade por parte do povo. Ele – o professor- se  referiu a mim, que disputei a última eleição e não consegui me eleger vereador.

A sua menção a beijos e abraços pressupõe a maneira como, durante 10 anos, me dirigi aos ouvintes, sempre atencioso e acolhedor. Mas não só isso, fui durante anos o oráculo das lamentações humanas… abri os microfones da emissora para gregos e troianos, pedi para ajudar os outros como pedinte em beira de estrada…, mas, na avaliação do professor, não tive o carinho, beijos e abraços retribuídos na mesma intensidade como os ofereci.

Falou a voz da experiência. Foi um pensamento sintomático que não pôde ser plenamente colocado naquele programa porque [segundo soube] retiraram do ar sua ligação, mas foi o essencial para chamar a reflexão sobre o tema e o comportamento humano.

Ao se seguir, outros ouvintes ligaram pedindo uma fala de esperança dos agentes públicos locais, pois, na opinião destes, seria importante para confortar parte da população que sofre, supostamente passando fome nas periferias da cidade.

É a voz de um que contradiz o outro, pelos fatos reais. E nesse caso Pedro Nunes tem toda e plena razão. Ele – o professor – percebeu pelo fato concreto que  beijos, abraços e palavras de esperança são indiferentes ao povo.

Ninguém consegue ser fiel a beijos e abraços, tão pouco a palavras de esperanças, mas aos seus próprios interesses e na maioria das vezes a interesses materiais. Favores são momentâneos e gratidão é palavra apenas cobrada, pouquíssimas vezes oferecida.

Pois bem, o professor Pedro teve a coragem de colocar o dedo na ferida, falar as verdades sem precisar de rodeios, aliás ele sempre foi assim, cheio de vida, coragem, sinceridade, inteligência e bravura. Ele fala a realidade das coisas encoberta pela hipocrisia de alguns que se apresentam de vestes bonitas, mas o íntimo está cheio da insensatez, covardia e oportunismo.

Por mais Pedros e menos falsidade!

Por Marcos Sales 
Para o ExpressoPB.net 

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