Calendário da feira: limão está no pico da safra em fevereiro; maçã ainda está cara, mas deve baixar

Publicado em sexta-feira, fevereiro 5, 2021 · Comentar 


limão está no pico de oferta neste mês com o período de colheita no estado de São Paulo, principal produtor do país, o que significa que ele poderá ser encontrado com preços baixos.

Mas a qualidade pode ser menor em relação à safra de 2020 devido a problemas climáticos, diz a pesquisadora Fernanda Garrafiel, do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP.

A maçã Gala também já começou a ser colhida no Sul do país, porém os consumidores têm relatado preços elevados do quilo nos mercados. Mas a tendência é de queda nas próximas semanas, diante da intensificação da colheita, diz o Cepea.

Outras frutas do mês são a carambola, goiaba, figo, melancia e mamão. Entre os legumes, quiabo e abobrinha continuam em destaque, enquanto abóbora japonesa entra em safra. Leia mais sobre esses produtos ao fim da reportagem.

Na série Calendário da Feira, iniciada em julho, o G1 mostra, todo mês, quais alimentos estão na safra e, por isso, podem ficar mais em conta.

Limão tahiti está no pico de oferta em fevereiro — Foto: Arte/G1
Limão tahiti está no pico de oferta em fevereiro — Foto: Arte/G1

Legumes em alta em fevereiro — Foto: Arte/G1
Legumes em alta em fevereiro — Foto: Arte/G1

A seguir, confira mais detalhes sobre a safra das principais frutas e legumes do mês, além de saber como comprar, conservar e outras curiosidades.

Limão

Limão — Foto: Divulgação
Limão — Foto: Divulgação

pico de safra do limão conhecido como tahiti ou taiti ocorre sempre no verão, geralmente, entre os meses de janeiro e março,

Nestes meses, os preços da fruta costumam cair até 75% em relação aos valores praticados em baixa temporada, conta Eduardo Benassi, diretor de relacionamento da Benassi-SP.

Em fevereiro, o consumidor já encontra valores melhores no mercado, mas devido ao calor e à chuva, alguns frutos estão saindo mais amarelados das lavouras, alerta a pesquisadora Fernanda Garrafiel, do Cepea da Esalq/USP.

“Pode ser que, por conta disso, os produtores passem a mandar um volume maior de limão para a indústria, caso o mercado de frutas in natura não absorva essa fruta de menor qualidade”, afirma. Isso reduziria, portanto, a oferta nas feiras e supermercados.

Atualmente, o estado de São Paulo responde por 74% da produção de limão, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Há um bom volume ainda em Minas Gerais, Bahia e Pará, mas a participação desses no total da colheita não passa de 7%.

  • Auge da safra: janeiro a março.
  • Como comprar: prefira os pesados e que cedam um pouco quando apertados, pois é sinal que estão maduros e têm bastante caldo, diz a Ceasa Minas. Geralmente os limões de casca áspera têm menos suco que os de casca mais fina.
  • Como conservar: na geladeira é possível conservar por duas semanas.

Maçã

Maçãs frutas — Foto: Marco Aurélio/Prefeitura de Uberaba
Maçãs frutas — Foto: Marco Aurélio/Prefeitura de Uberaba

A maçã Gala começa a ser colhida no meio de janeiro, mas chega com mais força nos supermercados e feiras a partir de fevereiro. A outra variedade produzida pelo Brasil é a Fuji, que só entra em safra no final de março. Saiba mais.

Os preços da Gala ainda estão elevados nos mercados, mas há perspectiva de melhora. “A tendência é que, a partir da segunda quinzena de fevereiro já haja mais disponibilidade de volume, com isso, os preços começarão a ser mais atrativos ao consumidor”, diz Benassi.

Ele conta ainda que, no início da safra, o preço da maçã chega a ficar 15% mais barato do que a importada. Já no pico da colheita, que neste ano deve se concentrar entre 15 de fevereiro a 20 de março, os valores podem recuar até 25%.

A expectativa para essa safra é de frutos com boa qualidade, com maçãs de tamanho médio a graúdo, enquanto o volume deve ser 50% do que em relação ao ano passado.

No Brasil, Rio Grande do Sul Santa Catarina respondem por 97% da produção.

  • Auge da safra: fevereiro a março para a Gala, abril a maio para a Fuji.
  • Como comprar: prefira as de casca de cor acentuada e brilhante, polpa firme, pesadas, sem partes moles, furos ou rachaduras.
  • Como Conservar: pode durar até 1 mês na geladeira.

Quiabo

Segundo a chef, o ideal é secar o quiabo antes de cortá-lo para que fique sem a baba — Foto: Paula Parames
Segundo a chef, o ideal é secar o quiabo antes de cortá-lo para que fique sem a baba — Foto: Paula Parames

O quiabo já foi destaque no calendário da feira de janeiro e continua em alta, devido aos melhores preços do produtos encontrados entre os meses de janeiro e maio.

A expectativa é de que tenha havido crescimento do volume colhido do legume entre 2019 e 2020.

“Como houve uma seca severa em São Paulo durante o cultivo de quiabo, a safra atrasou um pouco, mas, no geral, os produtos serão encontrados com bastante qualidade”, conta Benassi.

Os principais estados produtores do legume são: São PauloMinas Gerais Espírito Santo.

  • Auge da safra: janeiro a maio.
  • Como comprar: procure sempre pelos quiabos pequenos ou médios, de coloração verde-escura e sem manchas. O ideal para o consumo é brilhante, com os pelos presentes e firme.
  • Como conservar: por ser um alimento bastante perecível, ele se deteriora rapidamente. Portanto, o ideal é guardar na geladeira, sem lavar e em saco plástico, por até cinco dias.

Por que consumir alimentos da safra?

Frutas, legumes e verduras. — Foto: Divulgação
Frutas, legumes e verduras. — Foto: Divulgação

Com a modernização das técnicas agrícolas, hoje já é possível encontrar uma grande variedade de frutas, legumes e verduras o ano inteiro nos mercados e nas feiras.

Porém, consumir produtos de época pode ser uma opção mais barata e saudável.

Com o crescimento da oferta nos períodos de safra, a tendência é os preços caírem. Mas isso nem sempre é uma regra. Como a produção de hortaliças depende muito de fatores climáticos, qualquer mudança muito intensa na temperatura, por exemplo, pode impactar a oferta.

Além disso, o consumo de alimentos de época tende a ser mais saudável, pelo menor uso de agrotóxicos em seu cultivo.

“Para terem um bom desenvolvimento fora do seu ciclo natural de produção, é necessário uma intervenção mais intensa de químicos durante o preparo do solo, por exemplo”, ressalta Lígia dos Santos, do São Camilo.

Além disso, quando estão em seu ciclo natural de produção, sem a necessidade de tanto uso de agrotóxico, os alimentos ficam com o seu sabor natural mais acentuado.

Da redação/ Com G1

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