Mulher se torna professora após trabalhar por 11 anos na limpeza de escola: ‘A educação transforma’
Publicado em quinta-feira, outubro 15, 2020 · Comentar
Acordar às 4h30. Viajar para outra cidade. Trabalhar dois turnos. Cuidar dos filhos, da casa e de si mesma. A rotina de Izabel Bolis Rodrigues, de 43 anos, é corrida. Mas, ela chega ao fim do dia com a sensação gratificante de fazer o que ama, de trabalhar com a educação, seja como professora ou auxiliar de serviços gerais, em escolas nos municípios de Campina Grande e Massaranduba, ambas no Agreste da Paraíba.
O sonho de lecionar começou ainda na infância, quando Izabel ajudava a alfabetizar as irmãs mais novas. Ela tinha a prática, mas faltava a teoria. No ano passado, aos 42 anos, a funcionária pública se formou em pedagogia. Ela enfrentou muitas dificuldades, que fizeram com que valorizasse ainda mais a meta que tinha.
Há 11 anos, a educadora foi aprovada em um concurso público e começou a trabalhar na função de auxiliar de serviços gerais em uma escola localizada em Campina Grande, no Agreste do estado.
“Minha função era de limpar as salas. Até hoje eu limpo as salas com muito orgulho. Fico observando todo o material, limpo as mesas e o quadro. O sonho [de ser professora] só foi aumentando”, contou.
As irmãs de Izabel se formaram no mesmo curso, sendo que antes dela. O orgulho foi sentido pela família inteira. O momento ficou marcado na memória de Izabel e se tornou estímulo para que ela perseverasse.
“Alguns anos atrás quando as minhas irmãs se formaram, minha mãe olhou assim para mim e falou: ‘minha filha, agora só depende de você. Espero também ter essa felicidade de ver você se formar’. Isso me deixou triste por um momento. Eu trabalhava demais e tinha esse sonho. Mas, ao mesmo tempo, foi um empurrão, porque na vida a gente tem que ter metas. E a minha era estar onde estou hoje”, declarou.
O futuro de Izabel, que agora se tornou o presente, é motivo de alegria para a mãe dela, que só conseguiu estudar até a antiga 5ª série do ensino fundamental. Já o pai dela é semianalfabeto. Contudo, a educação sempre foi prioridade para a família.