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Análise: Os ataques do “grupo da vice”, a estratégia de Antonio e o desfile da falsidade

Foto Reprodução

A semana termina com uma sequencia de fatos e acontecimentos que mexerem abruptamente com a cena política da cidade de Mari que comemorou seus 65 anos de emancipação na última terça-feira, 19 de setembro.

Desde a derrubada de uma palmeira imperial no centro da cidade para dar lugar a um palco, até a movimentação ‘atabalhoada’ do grupo ligado a vice-prefeita Lucinha da Saúde, pré-candidata de Antonio à sua sucessão, passando por outros episódios menos expressivos, mas bastante marcante.

As polêmicas se intensificaram ainda no sábado (16), quando o professor Josa disparou em seu programa de rádio uma série de acusações e críticas a Secretária de Saúde, Emanuelle Chaves, chegando a pedir a demissão da secretária e pressionando o prefeito para tal atitude: “parece que ele está dormindo”, afirmou em sua argumentação.

O professor Josa é ardoroso defensor da pré-candidatura de Lucinha a prefeita, o que deixa claro a estratégia do “grupo da vice” nas articulações de ataque a figuras tidas indesejadas dentro da gestão de Antonio, em detrimento do real adversário de Lucinha que é o ex-prefeito, possível candidato da oposição na eleição de 24.

A reação veio na segunda-feira (18) por parte do suplente de vereador Marcos Sales, ardoroso defensor das duas eleições de Antonio Gomes (2016 e 2020) e que apresenta um programa de rádio na Araçá FM. Sales fez uma defesa inconteste de lideranças e pessoas aliadas do prefeito, que o elegeram em 2016 e reelegeram em 2020 e cobrou respeito por parte dos adesistas.

A contra-reação partiu do “grupo da vice”, horas depois da fala de Sales, quando seus recém-aliados preparam uma montagem com um vídeo com a fala de Sales e uma foto de sua participação no desfile cívico ocorrido na tarde da segunda-feira, com os dizeres mais ou menos assim: “falou de manhã para ser chamado a tarde”.

A equipe de marketing de Lucinha massificou o compartilhamento da “vídeomontagem” em diversos grupos de whatsaap com o objetivo de desgastar a imagem do radialista.

Marcos Sales não deixou por menos, na manhã seguinte justificou sua presença no evento: “fui ao evento sem ser chamado, porque diferente de alguns, faço parte do projeto desde antes de 2016, nós trabalhamos muito em 2016 e 2020 para que eles estivessem naquele palanque”, disse.

O fato da equipe que rodeia Lucinha hostilizar aliados do prefeito historicamente defensores do projeto que o elegeu em 2016 expõe bem o clima de desunião nos bastidores do grupo o que se justifica a resistência a pré-candidatura de Lucinha, pois se ainda nem se elegeu já está tratando aliados dessa maneira, não há de se esperar tratamento respeitoso após ter a chave da prefeitura, a caneta e o diário oficial na mão.

A estratégia de Antonio 

Não se sabe até agora como o prefeito vai conseguir apaziguar o clima de hostilidade do grupo mais próximo de Lucinha com relação a outros integrantes do seu agrupamento político, mas o que se sabe é que o político Antonio Gomes pretende, não se sabe se conseguirá, colocar todos na vala dos comuns.

A inda de Antonio a Araçá FM, dia após fala contundente de Sales e sua ida a residência dos pais do radialista tem um objetivo estratégico, que dialoga com a mesma ação produzida pela equipe de Lucinha: “desgastar o radialista” subjetivando um possível “toma lá dá cá” para ‘acalmar’ os ânimos do aliado, o que não corresponde a veracidade dos fatos (assunto para uma próxima análise).

O desfile da falsidade

Quanto ao termo ‘desfile’ não se pode correlacionar diretamente ao desfile cívico realizado pela prefeitura no dia 18, mas o deslocamento deste com outros desfiles menos oficiais ocorridos nos dois dias de festa, onde a vice-prefeita e o próprio prefeito ‘passearam’ por camarotes e áreas vip’s abraçando-se com gente da sociedade mariense.

Muitos dos que seguiam com eles podem não estarem revelando suas reais intenções e/ou desejos, mas apenas se aproveitando do que momentos como aquele pode oferecer.

Aliás, nos últimos meses tem sido de falsidade o desfile das poses fotográficas nas telas de milhares de smartphones de quem acompanha os bastidores da política de Mari, sempre de caras irônicas e muitas vezes desavergonhadas.

Cabe nesse caso reverberar o grande escritor baiano Gregório de Matos:

“O demo a viver se exponha,

Por mais que a fama a exalta

Numa cidade onde falta

Verdade, honra, vergonha.”

Ninguém, a preço de hoje, consegue projetar o futuro político eleitoral de Mari na eleição do ano que vem, graças a esse “desfile de falsidade” que certas lideranças políticas tem protagonizado, só na reta final é que vai se ter noção de quem é quem nesse jogo. Aguardemos as cenas dos próximos capítulos.

Redação/ExpressoPB

 

 

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