A pobreza no meio da riqueza: Apesar da festa bilionária, ambulantes passam dificuldades no Carnaval de Salvador

Publicado em domingo, fevereiro 11, 2024 · Comentar 


Foto Reprodução

O Carnaval de Salvador, estimado em movimentar R$ 2 bilhões e atrair mais de 1 milhão de turistas este ano, de acordo com a prefeitura, representa um desafio para os ambulantes que atuam nos circuitos, especialmente no Barra-Ondina.  Com informações do repórter Weslley Neto, do UOL.

Os ambulantes enfrentam a necessidade de dormir nas calçadas por dias para garantir seus pontos de venda nos circuitos. As condições são precárias, com falta de higiene adequada e ausência de alimentação gratuita. Alguns dormem sentados durante a chuva para evitar que seus pertences improvisados, como plásticos, papelões ou cobertas, se molhem.

Custos com comida, banho e gelo aumentam, especialmente para aqueles acompanhados de parceiros ou familiares.

A prefeitura alega disponibilizar dois pontos com chuveiros para os ambulantes, mas a demanda é alta, considerando os 4.100 ambulantes cadastrados. Incidentes com funcionários da empresa de limpeza urbana também foram relatados, incluindo perda de documentos e produtos durante a limpeza do circuito.

A segurança é uma preocupação constante, com relatos de agressões a ambulantes. Discussões entre os próprios vendedores, disputas por espaços e problemas de convivência também são comuns. As queixas envolvem tratamento por parte da fiscalização, considerado truculento por alguns ambulantes.

Ambulantes passam as noites nas ruas durante o Carnaval de Salvador Imagem: Weslley Neto/UOL

Os preços das bebidas são padronizados e definidos pela organização do Carnaval. A taxa de licença para os ambulantes não foi cobrada este ano, mas eles enfrentam desafios com a fiscalização em relação a itens identificados pelos patrocinadores. A construção de uma passarela para os vendedores gerou controvérsias, com alegações de falta de segurança e distância dos foliões.

Apesar dos investimentos anunciados pela prefeitura, os ambulantes destacam as dificuldades enfrentadas, incluindo preocupações com segurança, condições de sono e desafios estruturais.

O Ministério Público recomendou inicialmente a não utilização da passarela, identificando problemas estruturais, mas a prefeitura afirmou ter realizado ajustes. A adesão dos ambulantes à passarela foi limitada até o momento.

Redação/DCM 

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