DESIGUALDADE NAS METRÓPOLES: situação de pobreza em João Pessoa supera um terço da população e chega a ultrapassar 40%; cenário é preocupante

Publicado em quinta-feira, junho 22, 2023 · Comentar 


Nas regiões metropolitanas do Norte e Nordeste, com exceção de Aracaju, o percentual de pessoas em situação de pobreza superou um terço da população e chegou a ultrapassar 40% nas regiões metropolitanas de Manaus, Macapá, Grande São Luís, João Pessoa, Recife e Maceió. A extrema pobreza, em 2022, também voltou a registrar valores próximos àqueles anteriores à pandemia e atingiu 3,9 milhões de pessoas no conjunto das Regiões Metropolitanas, o que representou 4,7% da população. Mais de um terço das pessoas nessa situação [1,5 milhões] entraram nesta situação nos últimos 8 anos, desde 2014.

A taxa de pobreza nas regiões metropolitanas brasileiras caiu de 31,3% para 27% entre 2021 e 2022. Em termos absolutos, mais de 3,4 milhões de brasileiros residentes nas metrópoles saíram da situação de pobreza, e 1,8 milhões deixaram a extrema pobreza. Ou seja, a quantidade de pessoas que ultrapassou a linha de pobreza ou de extrema pobreza nesse período supera a população de muitas das grandes cidades do país. As informações estão presentes na décima terceira edição do “Boletim Desigualdade nas Metrópoles”, produzido em parceria pelo Observatório das Metrópoles, PUCRS Data Social, e a Rede de Observatórios da Dívida Social na América Latina (RedODSAL). “Podemos destacar a combinação de dois fatores: o crescimento da renda média, ou seja, um aumento do volume de recursos, e a melhora da distribuição de renda, que levou à queda da desigualdade no conjunto das metrópoles brasileiras. Como consequência, houve a redução da pobreza”, ressalta o coordenador do PUCRS Data Social e um dos autores do estudo, Andre Salata.

Entre 2021 e 2022, mais de 3,4 milhões de brasileiros residentes nas metrópoles brasileiras saíram da situação de pobreza. Mesmo assim, ainda havia 22,7 milhões de pessoas no conjunto das Regiões Metropolitanas nessa situação. Esse contingente representa 27% da população metropolitana (mais de ¼) e corresponde a um aumento de 4,3 milhões de pessoas em relação a 2014, quando aquele contingente representava 23,4% da população – o menor patamar registrado na série histórica.

O comportamento da maioria das Regiões Metropolitanas do país em relação ao resultados da média de rendimentos foi de ligeira queda da média de
rendimentos no período, semelhante ao resultado para o seu conjunto. As exceções foram as Regiões Metropolitanas de Macapá, Teresina, Natal, Maceió e Aracaju, que apresentaram ligeiro aumento dos rendimentos no período. Em 2022, as Regiões Metropolitanas com os menores rendimentos
médios, em ordem crescente, foram Grande São Luís (R$1.123), Manaus (R$1.139), Recife (R$1.210), João Pessoa (R$1.251) e Maceió (R$1.281). Já as Regiões Metropolitanas com maiores rendimentos médios, em ordem crescente, foram Curitiba (R$2.206), Porto Alegre (R$2.257), São Paulo (R$2.399), Florianópolis (R$2.640) e o Distrito Federal (R$2.799).

Em 2022, os rendimentos mais baixos para a população mais pobre foram registrados, em ordem decrescente, nas Regiões Metropolitanas
de Manaus (R$362), Salvador (R$347), João Pessoa (R$345), Grande São Luís (R$343) e Recife (R$327).

Redação/Polêmica Paraíba

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