Mãe de gêmeas siamesas conta como é rotina de cuidados com as filhas de 6 anos

Publicado em terça-feira, fevereiro 28, 2023 · Comentar 


Gêmeas siamesas vivem há seis anos juntas — Foto: Reprodução Facebook

Há seis anos, as gêmeas siamesas Callie e Carter compartilham duas pernas e uma pélvis. Diante desse quadro delicado, sua família, que mora em Idaho (EUA), precisou se adaptar a uma nova rotina para oferecer uma melhor qualidade de vida para as meninas.

Os pais das pequenas, Chelsea e Nick Torres, estão divulgando a história das filhas para promover a conscientização sobre casos de gêmeos siameses e combater o preconceito, mostrando que as meninas, dentro possível, conseguem vivenciar sua infância como as outras crianças. Quanto ao dia a dia, elas se dão muito bem, porém, assim como muitas irmãs, também têm seus desentendimentos.

Em entrevista à emissora de televisão norte-americana KTVB, afilhada da NBC, os pais contaram que, este ano, as meninas alcançaram um novo marco e já estão frequentando o jardim da infância. “Elas estão na escola, fazem fisioterapia e atividades normais como andar de bicicleta”, a mãe contou. A mãe, ainda, reforça que é importante ter em mente que as meninas compartilham um corpo, mas possuem suas próprias personalidades.

Uma nova vida

Chelsea descobriu que estava grávida em 2016 e, na ocasião, ficou muito emocionada. No entanto, quando foi fazer sua primeira ultrassonografia acabou recebendo a notícia que teria gêmeos siameses. “Fiquei arrasada. Não podíamos acreditar no que eles estavam nos dizendo”, lembrou a mãe. Apesar das dificuldades, a gestante acreditava na sobrevivência das filhas. “Eu definitivamente queria ficar com as bebês, sabia desde o início que queria ficar com elas”, ressaltou.

Com 20 semanas de gravidez, Chelsea foi internada no hospital infantil do Texas (EUA) e ficou em observação. O plano inicial da família era fazer a cirurgia de separação das bebês logo após o parto e permanecer no Texas por alguns anos até as meninas se recuperarem.

Gêmeas siamesas vivem nos EUA e já estão no jardim da infância  — Foto: Reprodução Facebook

Gêmeas siamesas vivem nos EUA e já estão no jardim da infância — Foto: Reprodução Facebook

Com 36 semanas e seis dias, a mãe passou pela cesárea e deu à luz Callie e Carter, em 30 de janeiro de 2017. “Eles as trouxeram para mim e depois tiveram que as levar para a UTIN”, relatou Chelsea. “Eu disse ao meu marido para ficar com elas, que eu iria ficar bem”, acrescentou. No decorrer dos dias, as meninas passaram por uma série de testes para se avaliar a possibilidade de separação.

Callie e Carter são gêmeas onfalo-isquiópagas e representam menos de 5% dos gêmeos siameses. Isso significa que elas compartilham duas pernas e uma pélvis, mas têm dois torsos separados. A mãe das meninas, ainda, explica que as filhas também possuem dois estômagos separados, porém, compartilham parte do intestino.

Após avaliarem a situação das bebês, os médicos concluíram que a cirurgia de separação seria muito arriscada e poderia resultar na morte das pequenas. “Eles disseram que não há nada de errado com elas, elas são perfeitas e saudáveis. Eles nos pediram para as levarmos para a casa e as tratarmos como crianças normais. Então, foi isso que fizemos”, contou Chelsea. “Se elas fizessem a cirurgia de separação, teriam bolsas de colostomia e precisariam tomar medicamentos e passar por todas essas outras coisas médicas complexas com as quais não precisam lidar agora”, ressaltou a mãe.

Atualmente, aos 6 anos, as meninas precisaram passar por algumas adaptações para viverem juntas e estão evoluindo muito bem, tanto que elas já conseguiram andar com cada uma controlando uma das pernas. A família também voltou a morar em Idaho, local onde as garotinhas recebem muito apoio da comunidade, principalmente agora que já estão frequentando a escola.

Para divulgar a jornada das filhas, Chelsea criou uma página no Facebook chamada “Beating the Odds with Callie and Carter” (Desafiando as probabilidade, em tradução livre). Nesse espaço, ela encontrou muitas famílias que passam pela mesma situação e também recebeu muito apoio.

Quanto à cirurgia de separação, essa possibilidade ainda não foi descartada, porém, a família quer deixar essa decisão para as meninas. “Se elas disserem que que querem se separar, tentaremos”, afirmou Chelsea. “Vou dizer a elas que precisam ouvir o que os médicos dizem, é preciso entender as probabilidades. Se quiserem seguir em frente e fazer isso, então vou apoiar. Por enquanto, não é minha escolha É uma cirurgia tão perigosa, simplesmente não posso escolher por elas”, destacou a mãe.

Da Redação 
Com Crescer

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