Fonoaudióloga suspeita de agredir e xingar crianças autistas é indiciada por tortura e estelionato no interior de SP

Publicado em sábado, janeiro 28, 2023 · Comentar 


Polícia passou a investigar fonoaudióloga de Duartina (SP) após denúncias de falta de atendimento e agressões. Defesa da profissional não se manifestou.

A fonoaudióloga suspeita de torturar e ofender crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) em sua clínica particular em Duartina, no interior de SP, foi indiciada pela polícia por tortura e estelionato. A Polícia Civil começou a investigar o caso em junho do ano passado.

Segundo o delegado responsável pelo caso, Paulo Calil, além da fonoaudióloga responsável pela clínica, a terapeuta ocupacional também foi indiciada pelos crimes. A polícia encaminhou o caso ao Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) na tarde de sexta-feira (27).

Ainda segundo o delegado, as duas compareceram às intimações e, por isso, permanecem em liberdade. Questionada pelo g1, a defesa da fonoaudióloga Bianca Rodrigues Lopes Gonçalves, de 33 anos, não retornou até a última atualização desta reportagem.

Ficou comprovado na investigação, conforme o delegado explicou, que a clínica não cumpria o que foi prometido no tratamento disciplinar e individual, com fraudes sobre a quantidade de procedimentos oferecidos, além de provocar sofrimento nas crianças (relembre o caso abaixo).

Em agosto do ano passado, a Polícia Civil informou que o laudo da perícia comprovou a autenticidade das fotos, vídeos e prints relacionados ao caso, e não havia qualquer tipo de montagem ou fraude nas imagens, o que indicava a tortura.

Imagens das agressões não foram divulgadas, mas o g1 teve acesso a vídeos enviados pela família das crianças e também a prints de aplicativos de conversas da fonoaudióloga (leia mais abaixo).

Relembre o caso

g1 noticiou o caso no fim de junho. Na época, mães relataram que não estavam percebendo evoluções no tratamento dos filhos, e uma ex-funcionária da fonoaudióloga contou que as crianças não estavam recebendo atendimento.

“As crianças não estavam tendo atendimento. A fonoaudióloga falava com as mães, mas as crianças ficavam na sala comigo. E eu estou cursando psicologia, ainda não tenho esse repertório de fazer o tratamento adequado”, afirmou.

Além da falta de atendimento, outras denúncias relacionadas à fonoaudióloga começaram a aparecer. A ex-funcionária, que era contratada como acompanhante terapêutica de um dos meninos atendidos, disse que viu a criança levar um tapa da profissional.

A mulher registrou imagens, áudios e vídeos das crianças durante os atendimentos e as entregou à polícia.

Uma quarta mãe relatou que o filho começou a falar quando trocou de clínica e profissional para continuar o acompanhamento. Dessa vez, a mãe do paciente contou que o menino de cinco anos frequentava as consultas com a fonoaudióloga todos os dias, desde que foi diagnosticado.

“Com o tempo, a gente percebeu que ela negligenciava o tratamento. Meu filho estacionou. A gente perguntava para ela nas reuniões e ela dizia que era assim mesmo, um processo devagar. Na clínica, a Bianca explicava que o meu filho conversava, mas a gente não via isso em casa”, lembra.

Além da falta de atendimento, outras denúncias relacionadas à fonoaudióloga começaram a aparecer. A ex-funcionária, que era contratada como acompanhante terapêutica de um dos meninos atendidos, disse que viu a criança levar um tapa da profissional.

A mulher registrou imagens, áudios e vídeos das crianças durante os atendimentos e as entregou à polícia.

Uma quarta mãe relatou que o filho começou a falar quando trocou de clínica e profissional para continuar o acompanhamento. Dessa vez, a mãe do paciente contou que o menino de cinco anos frequentava as consultas com a fonoaudióloga todos os dias, desde que foi diagnosticado.

“Com o tempo, a gente percebeu que ela negligenciava o tratamento. Meu filho estacionou. A gente perguntava para ela nas reuniões e ela dizia que era assim mesmo, um processo devagar. Na clínica, a Bianca explicava que o meu filho conversava, mas a gente não via isso em casa”, lembra.

Ainda segundo esta mãe, o filho voltava para a casa com as roupas urinadas e, algumas vezes, sem camiseta.

Já uma terceira mãe relatou que o filho de seis anos levou um tapa na boca por ter mordido a profissional.

Prints

O g1 teve acesso a prints de conversas que mostram a fonoaudióloga tentando forjar atendimentos.

“Dá uma disfarçada, sabe, finge que eu tô atendendo” e “eu não vou à tarde para a clínica amiga, inventei para a [nome] que tenho reunião” são algumas das mensagens divulgadas.

Alguns prints também mostram que a profissional teria ofendido pacientes (veja as mensagens abaixo). Segundo as denúncias, as conversas seriam de agosto de 2021.

Da Redação 
Com G1 

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