‘Paralisação’ do núcleo interno da Terra pode gerar uma pequena diminuição na duração de um dia. Sismólogos Yang e Song, da Universidade de Pequim, ficaram surpresos com resultados da pesquisa.
O núcleo da Terra parou de girar mais rápido do que o próprio planeta. É o que aponta um estudo feito a partir de dados de terremotos, realizado por Yi Yang e Xiaodong Song, sismólogos da Universidade de Pequim. O artigo científico foi publicado pela revista “Nature Geoscience”, e o resultado foi uma surpresa para os próprios autores. A dupla de pesquisadores estuda o fenômeno desde 1995.
“Ficamos bastante surpresos”, afirmaram Yang e Song na Nature.
Em entrevista ao jornal espanhol “El País”, Song, um dos autores do estudo, explica: “Nos últimos anos, os dias estão ficando mais curtos e pode ser que haja relação com esta mudança [na forma como o núcleo gira]”.
“A alteração na rotação também pode modificar o campo gravitacional como um todo e causar deformações na superfície, o que alteraria também o nível do mar e, por sua vez, a temperatura global do planeta”, continua.
De qualquer forma, os potenciais impactos precisam de mais tempo para serem devidamente avaliados. “Só temos que esperar”, ponderou John Vidale, sismólogo da Universidade da Carolina do Sul, em entrevista à Nature.
De acordo com a publicação, os resultados da pesquisa podem ajudar ainda a desvendar alguns mistérios, como o papel que o núcleo interno desempenha na manutenção do campo magnético do planeta.
O núcleo do planeta é uma “esfera” de ferro que fica a 5.000 quilômetros de profundidade e tem cerca de 7.000 quilômetros de largura.
Ele é composto por duas camadas: o núcleo interno, que é um centro sólido feito principalmente de ferro; e o núcleo externo, que é uma “casca” composta por ferro líquido e outros elementos.
O núcleo externo separa o núcleo interno, de 2.400 quilômetros de largura, do restante do planeta. Era este isolamento que permitia que o núcleo interno pudesse rodar em um ritmo próprio.
Da Redação
Com G1