Lucas Alves, 30 anos, define-se como uma pessoa que gosta de colocar a mão na massa. Com apenas 13 anos de idade, começou a testar diversas receitas de doces e salgados em casa — e recebia muitos elogios de quem experimentava. Mesmo adulto, não deixou o hobby de lado e começou a publicar imagens de suas criações nas redes sociais. Depois de receber incentivos dos amigos, ele decidiu criar a confeitaria Quero Meu Pedaço.
Mas os doces não foram a primeira opção de Alves. Quando chegou o momento de escolher a carreira que seguiria, ele apostou na faculdade de direito. “Tinha 18 anos e não sabia o que queria. Optei por um curso que tinha tradição”, afirma o empreendedor, nascido em Goiânia (GO). Na metade do curso, Alves já sabia que não se identificava com a área, mas decidiu terminar a graduação.
Foi então que o namorado conseguiu um emprego em São Paulo, e Alves decidiu se mudar com ele no meio de 2019. “Estava formado e não queria desperdiçar todo o meu esforço, então uma amiga advogada me chamou para trabalhar com ela na na área criminalista”, afirma o empreendedor. No entanto, quando chegou a pandemia, ele viu os casos despencarem e, consequentemente, sua renda também.
Em junho de 2020, decidido a largar permanentemente a área de direito, começou a fazer doces para vender. No começo, Alves apostou nas vendas em seu condomínio. Mandou mensagem em grupos com os vizinhos e ofereceu seus produtos como degustação. “No dia seguinte, recebi várias mensagens de pessoas interessadas em comprar”, conta o empreendedor. Ele também recorreu à divulgação pelas redes sociais, criando uma página no Instagram com imagens de doces que já tinha feito.
Acabou ficando conhecido na região de Alphaville, onde morava, especialmente pela divulgação boca a boca. “Eu aproveitava qualquer oportunidade para falar sobre o meu negócio, até quando eu estava passeando com a minha cachorra. E os próprios clientes me divulgavam”, diz Alves. Como os consumidores moravam na mesma região, Alves fazia as entregas a pé. Na época, a receita da empresa era de cerca de R$ 3 mil por mês. “Era algo pequeno e eu fazia na cozinha de casa. Mas eu já me sentia muito realizado.”
Com o objetivo de fazer a empresa crescer, Alves buscou por um espaço para criar a loja física, inaugurada em agosto de 2021. Segundo o empreendedor, o espaço de 60 metros quadrados funciona apenas para retirada e delivery pelo iFood e, em breve, pelo Rappi. Atualmente, o faturamento médio é de R$ 5 mil por mês — a expectativa é que a loja física complete o primeiro ano de operação com um faturamento anual de R$ 60 mil.
No entato, a loja ainda não é exatamente do jeito que Alves sonhou, já que a sua reserva financeira não era o suficiente para uma reforma. “Quando montei o local, eu não tinha dinheiro para fazer algo organizado do jeito que quero que seja. Ainda é tudo muito simples, só com o balcão e a cozinha, e eu faço tudo sozinho”, afirma. O objetivo é ter um espaço para receber os consumidores: “Quero criar uma mini confeitaria artesanal bem decorada para os clientes se sentirem acolhidos”.
E a maior vantagem para o empreendedor é se sentir feliz com a carreira escolhida. “Eu via o meu namorado satisfeito com o emprego dele e tinha esse vazio na área profissional. Agora, mesmo quando eu estou cansado por fazer tudo sozinho, me sinto realizado e motivado porque sei que tudo depende de mim.”
Da Redação
Com Empresas e Negócios