Nova onda de covid-19: crescem infecções por coronavírus pelo mundo; veja como se prevenir

Publicado em quarta-feira, novembro 9, 2022 · Comentar 


O número de casos de covid-19 tem crescido ao redor do mundo, como previam as autoridades sanitárias internacionais. Na última segunda-feira, 7, a China registrou a maior quantidade de infecções dos últimos seis meses. Nos Estados Unidos, as hospitalizações relacionadas ao coronavírus têm aumentado em vários Estados há semanas e, no Brasil, a taxa de positividade dos testes de covid também cresceu, apesar de a maioria dos casos serem leves até o momento.

A alta ocorre após o aparecimento de novas subvariantes da Ômicron, BQ.1 e XBB, que podem ser mais transmissíveis e resistentes às barreiras vacinais, conforme mostraram estudos preliminares. Por isso, dizem os médicos, é importante buscar a 3ª e a 4ª dose de reforço da vacina. O imunizante bivalente da Pfizer pode ser uma alternativa na hora de reforçar a imunização contra a variante BQ.1, apontam.

“A BQ.1 tem um escape de reposta imune maior e já temos dados dela sobre anticorpo neutralizante, que está relacionado à proteção contra infecção. Dessa forma, fica claro que a vacina bivalente garante maior nível de anticorpo neutralizante e, portanto, maior proteção para a BQ.1?, explica Julio Croda, medico infectologista da Fiocruz e professor da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).

A variante já chegou ao Brasil, mas o imunizante não. A Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recebeu um pedido de uso emergencial do imunizante em setembro, mas ainda não deu resposta. Procurada, o órgão disse que “os processos estão em fase final de análise pela área técnica, para posteriormente serem encaminhados à diretoria da Agência para deliberação”, mas ainda não há data para a discussão.

Em nota, a Pfizer afirmou ainda investigar a efetividade da vacina bivalente em relação à subvariante BQ.1 e espera ter dados concretos em breve. O imunizante já está disponível na Europa, Estados Unidos, Japão, Argentina, Chile, entre outros países.

Além do reforço vacinal, os especialistas destacam a necessidade de adotar medidas preventivas tradicionais, como usar máscaras em locais fechados e quando tiver sintomas da doença, sobretudo para grupos mais vulneráveis, como idosos e imunodeprimidos (pacientes oncológicos, com HIV, transplantados etc).

Europa

A nova onda começou na Europa em meados de setembro. Em 12 de outubro, foi publicada declaração conjunta pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças da Europa (ECDC) e por representantes da Organização Mundial da Saúde (OMS) no continente dizendo que a “pandemia não acabou” e relatando que o número de casos vinham aumentado significativamente nos países da União Europeia.

“Embora não estejamos onde estávamos há 1 ano, é claro que a pandemia de covid-19 ainda não acabou. (…) Diante disso, reafirmamos a necessidade de proteger a saúde das pessoas, principalmente as mais vulneráveis, utilizando todas as ferramentas disponíveis, inclusive a vacinação. As medidas de preparação precisam continuar na Região Europeia da OMS – não devemos baixar a guarda” diz o texto.

Na Alemanha, o pico de casos foi em 12 de outubro, quando foram registrados mais de 142 mil novos casos – maior número desde abril. Na França, foram 109 mil novos casos em 10 de outubro, maior pico desde julho. Na Inglaterra, a alta mais marcante foi em 13 de outubro, com 59 mil novos casos. Desde julho o Reino Unido não registrava números tão altos. Os dados são da JHU CSSE COVID-19 Data.

Segundo os especialistas da OMS e da ECDC, a situação se torna mais grave com a chegada do outono no hemisfério norte, o que traz consigo um aumento na transmissão da influenza, a gripe. Como os sintomas da covid-19 e da gripe são similares, a tendência é que as pessoas subestimem seu quadro clínico.

Sem a realização de testes para confirmar diagnósticos, o quadro pode se agravar por falta de tratamento adequado e as autoridades acabam perdendo o controle de monitoramento das doenças.

Apesar do cenário, a Europa não retomou medidas restritivas para tentar conter o vírus, como testagens em massa e lockdown.

Da Redação 
Com Estadão

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