Análise: O que diz o silêncio de Vânia e o que a espera pós eleições do dia 30

Publicado em sábado, outubro 22, 2022 · Comentar 


Eu, apesar de atuar na política mais ativamente desde 2020, sou um jornalista por vocação, analista político por curiosidade e observador da cena política por paixão mesmo; e entendo que experiência num ambiente tão incerto, dinâmico e porque não dizer, controverso, como a política conta muito e ela não foi feita para amadores. É essa experiência que nos orienta a ação seguinte para resultados futuros. Talvez eu tenha até filosofado bastante para dizer que nossa ação no presente tem consequências no futuro.

Longe de mim fazer juizo de valor sobre a posição adotada pela vereadora Vânia de Zú, parlamentar por 5 mandatos, experiente por já ter inclusive presidido o poder legislativo mariense, em fazer a escolha de apoiar uma chapa completa, de deputados sem pesar os prós e os contra em sua posição.

Na política, conforme afirmam os estudiosos, os fins justificam os meios e pelo que parece foi isso o que aconteceu com  a “guinada” de 360º dada pela parlamentar mariense nessa eleição que ainda não acabou.

Vejamos, então, o que comenta-se nos bastidores a respeito do ocorrido nos últimos segundos do segundo tempo do 1º turno das eleições quando Vânia de Zú trocou o apoio de Welligton Roberto pela candidatura de Mercinho Lucena, que em Mari já tinha o apoio de Jobson da Farmácia e sua esposa Waleska; além do ex-vereador de Mulungu Teinha que também cobra para si parte da votação de Lucena.

Na esfera estadual, Vânia já não votava no deputado Wilson Filho, apoiado pelo Prefeito Antonio Gomes, se aliando ao deputado Eduardo Carneiro, que até então era ponto pacifico entre ambos (vereadora e prefeito).

Nessa conjuntura e após as urnas abertas, Vânia expôs uma série de fragilidades eleitoriais – a meu sentir –   que agora são explorados por aqueles que – em tese – deveriam ser seus novos aliados.

Jobson e Waleska se apressaram para ‘puxar’ para si o resultado eleitoral dado a Mercinho Lucena e tentam se cacifar junto ao deputado eleito como os padrinhos dos votos recebidos por ele em Mari, alegando inclusive o argumento de que Vânia teria chegado de última hora.

Nos bastidores, Jobson e Waleska trabalham um recorte eleitoral na zona rural do município, mais precisamente em Lagoa do Felix, localidade onde eventualmente Vânia é tida como forte e imbatível lideranças, mas que poucos votos lá apareceram.

O prefeito, por sua vez, extremamente chateado, alardeia aos 4 cantos da cidade que teria sido vítima de uma traição política por parte da vereadora Vânia e que por isso não haveria mais condições de convivência, tão pouco confiança, de se relacionar com a parlamentar para o trato com as questões políticas e eleitorais atuais e futuras.

O porta voz para toda essa insatisfação do prefeito, foi o seu filho, o Presidente da Câmara, vereador Alisson Gomes, já que Vânia não tem falado do assunto até então, desde a segunda-feira após o primeiro turno, mas Antonio – oficialmente – também não se pronunciou sobre.

Nos bastidores se sabe que cargos e assessorias ocupadas por pessoas ligadas a vereadora Vânia já teriam sido substituídos, de forma discreta para não alardear  e provocar uma procura de aliados de AG para ocupar esses eventuais cargos.

Ao analisar por esse ângulo e de base desses argumentos, já que essa é uma leitura unilateral desse insigne observador, Vânia perdeu materialmente falando, mais ainda do que ganhou eleitoralmente. E digo porque: juntou-se a quem agora menospreza seus votos para Mercinho Lucena; abriu espaços políticos e administrativos que já eram ocupados por ela que devem ser repassados a alguém, especialmente que faça frente a ela na sua principal base eleitoral e atraiu para si, o desprezo de um político polido [ e como todos nós sabemos] é frio, calculista, inteligente e estrategista para obter seus objetivos, seja para si ou contra os seus adversários.

No meu entender, dias após tentar fazer uma leitura mais apropriada do ocorrido, até então desconhecido de todos, basta saber qual resultado prático foi tirado por Vânia dessa – na minha avaliação – atabalhoada movimentação politica.

Por fim, se não conseguiu garantir a unidade da base, receber o reconhecimento de seus candidatos e não demarcar posição no cenário político mariense, na minha ótica a nobre parlamentar conseguiu a única e mais desfavorável conquista: queimar cartucho para um projeto maior em 2024.

Posso está errado, mas a preço de agora é o prenúncio do caos. Torço que esteja eu totalmente errado.

 Marcos Sales
Artigo para o ExpressoPB

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