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Lendo o que escreve o analista político Flávio Lúcio em seu blog a respeito de matéria publicada pelo portal pessoense WSCOM no que se refere aos processos do ex-governador Ricardo Coutinho, sobre uma possível inelegilidade supostamente dita pelo conceituado advogado Michel Saliba e que foi desmentido pelo próprio, logo nos veio a memória situação parecida a qual o WSCOM nos fez passar nas eleições 2018, ao mesmo tempo que nos faz refletir sobre o poder que a mídia da capital exerce sobre os meios de comunicação pelo interior do estado.
Os blogs e sites do interior costumam reproduzir cegamente o que os portais da capital, sobretudo os que são de propriedades de jornalistas que também atuam no rádio e na TV, sem necessariamente se preocupar com o teor do que estão reproduzindo., seja porque confiam no que esses “jornalistas capitaneanos” escrevem ou seja porque não encontram conteúdo relevante para reproduzirem em seus sites e blogs “interioranos”.
Some-se a isso o fato da classe política dá muito respaldo a esses blogs da capital, destinando desde a repercussão do que eles publicam até a verbas publicitárias de governos municipais, estadual e legislativos, fazendo que os que atuam na mídia pelo interior, desde mídia online até a mídia falada (rádios) procurem suas fontes nos portais da capital.
Aconteceu conosco em 2018, quando – erroneamente – reproduzimos do portal WSCOM uma suposta pesquisa de opinião que teria sido feita pelo Datafolha dando vantagem ao então candidato a governador Zé Maranhão sob Lucélio Cartaxo, o que foi prontamente contestado pelo então candidato do PV no TRE ocasionando a suspensão imediata da matéria e em seguida uma multa de cerca de R$ 70 mil (impagável) para o ExpressoPB por haver reproduzido a suposta pesquisa do Portal Wscom.
O próprio WSCOM e a agência SIN foi acionadas pela divulgação da suposta pesquisa, mas não se sabe se eles pagaram multa como pena, o que se tem certeza é que o WSCOM nos induziu ao erro que pagamos até hoje por ele.
Diante dos fatos do passado e do episódio presente, faz-se necessário uma criteriosa análise por parte dos que fazem imprensa neste estado, sobretudo os que atuam no interior do estado para não serem induzidos a erros como este exposto por nós e de forma corriqueira constatado no dia a dia da atividade jornalística da Paraíba.
Os jornalistas de João Pessoa, por mais competentes que sejam, não são os donos da verdade e não podem ditar a pauta do que a mídia interiorana deve abordar.
Cada vez mais, temos a certeza de que é preciso diversificar as pautas, pulverizar as abordagens e deixarmos de sermos meramente reprodutores do conteúdo da mídia da capital, porque assim sendo só beneficia a quem detém o poder de “manipular” a informação da maneira que convém a seus interesses e quem paga o preço pelos erros e equívocos – intencionais ou não – são os mais vulneráveis, os que estão na ponta reproduzindo o que eles – os jornalistas – lá encima nos empurra de goela abaixo (última atualização: 21h46).
Da Redação do ExpressoPB
Editorial
