“República de Bananas”: imprensa internacional repercute desfile

Publicado em terça-feira, agosto 10, 2021 · Comentar 


A imprensa internacional repercutiu o desfile militar organizado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nesta terça-feira (10/8). A mídia fez comentários irônicos sobre o governo e declarou haver desespero para se manter no poder.

O jornal britânico The Guardian exibiu um compilado de comentários feitos por críticos, que consideraram o desfile “estilo República de Bananas”. Além disso, ridicularizou o fato de aliados do presidente celebrarem o ato com fotos de desfiles na China, aumentando a “sensação de absurdo” do evento.

O jornal também destacou que o desfile durou “apenas dez minutos”, apresentou tanques limitados que soltavam fumaça e contou com cerca de “100 apoiadores ferrenhos de Bolsonaro”. Eles afirmaram que muitos críticos consideraram o evento um fiasco.

Em contrapartida, o jornal francês Le Monde ressaltou o fato de o desfile ser “inédito” nos 30 anos da democracia no país. Também explicou que Bolsonaro está passando por uma queda de popularidade, principalmente pela gestão durante a pandemia de Covid-19.

O jornal afirmou que “as pesquisas preveem uma grande derrota [em 2022] contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva“, e que há um temor no Brasil de um “cenário a la Trump”, em que um presidente se recusa a deixar o poder e mobiliza seus apoiadores.

De acordo com a coluna de Jamil Chade, a imprensa portuguesa, belga, canadense e americana também relacionaram o desfile à situação desconfortável de Jair Bolsonaro nas eleições do próximo ano. A agência pública espanhola EFE chamou o desfile de “inusual”.

Os governos estrangeiros decidiram não diminuir a relevância do ato. Uma parte da comunidade internacional teme que seja um comportamento simbólico do presidente e que uma tensão possa levar a uma instabilidade política inédita.

Alguns diplomatas estrangeiros afirmaram que o desfile isola ainda mais Jair Bolsonaro e, consequentemente, o Brasil. Um negociador europeu revelou que “sair em uma foto com Bolsonaro é comprometedor para muitos líderes pelo mundo”.

Da redação/ Com Metrópoles

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