O ex-presidente do Novo, João Amoêdo, disse acreditar que o “clima político” que faltava para a abertura de impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) começa a ganhar força. O político, que tornou-se crítico do governo, é defensor do processo desde 2020 e vê nele a saída para o fim da polarização no Brasil.
“Acho que a tese do impeachment tem ganhado força. Está se criando o clima político para isso”, disse, em entrevista à revista “Veja”.
Recentemente, o partido que ele ajudou a fundar também passou a apoiar o impeachment de Bolsonaro. No entanto, Amoêdo prefere separar a posição pessoal dele e a do Novo. Isso porque o político considera que desde o último ano já havia motivos suficientes para o início do processo com “vários crimes de responsabilidade”, entre eles o apoio a manifestações antidemocráticas e ofensas a outros países.
“Depois veio toda a investigação que a CPI da pandemia está trazendo. Mas, lá atrás, eu já entendia que havia argumentos mais do que necessários, pelo menos, do ponto de vista jurídico, para a abertura do processo”, defendeu.
O partido, por outro lado, “amadureceu essa tese com o acúmulo de crimes cometidos pelo presidente”, entende Amoêdo.
No sentido de apoiar os movimentos que pedem o impechment do presidente, Amoêdo disse que irá participar da manifestação convocada pelos movimentos MBL (Movimento Brasil Livre) e Vem Pra Rua para 12 de setembro. Para ele, é importante um ato diferente dos últimos que, na visão dele, “tiveram muita bandeira vermelha”. O político disse, ainda, esperar movimentos “como aconteceu em 2013”.
Agora sem função específica no Novo, e após recuar do lançamento de pré-candidatura para 2022, o empresário disse estar ajudando na construção de uma terceira via para a disputa do ano que vem – atualmente liderada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o atual ocupante do Palácio do Planalto, segundo pesquisas recentes.
Além disso, o político defende que com o impechment e sem Bolsonaro concorrendo à eleição, outras candidaturas ganhariam espaço. Para Amoêdo, isso é necessário para ampliar o diálogo e “trazer o país de volta à racionalidade”, porque atualmente os dois favoritos “se alimentam” da rejeição um do outro.
Da redação/ Com UOL