Eleições no Equador definirão novo presidente após dois anos traumáticos para o país; veja panorama da disputa

Publicado em sábado, fevereiro 6, 2021 · Comentar 


Equador vai às urnas neste domingo (7) no primeiro turno das eleições gerais tentando encontrar uma saída para dois anos seguidos de crises traumáticas: o grave impasse político que paralisou o país em 2019 e a pandemia do coronavírus, que deixou milhares de mortos.

Nesse cenário, a economia em forte crise aparece como um tema central na eleição: os dois candidatos favoritos a irem ao segundo turno, Andrés Arauz e Guillermo Lasso são economistas e têm visões diferentes sobre como reerguer o Equador após dois anos especialmente difíceis:

  • 2019 — O anúncio do fim de subsídios aos combustíveis foi estopim para uma crise política generalizada que gerou protestos em todo o Equador, sob lideranças indígenas. A repressão foi forte, e houve mortes e toques de recolher.
  • 2020 — A pandemia do coronavírus levou Guayaquil, maior cidade do país, a um caos hospitalar e funerário em abril, com corpos deixados abandonados nas ruas. Moradores flagraram urubus voando sobre as casas no auge da crise.
Mulheres participam de marcha em Quito, no Equador, em outubro de 2019 — Foto: Daniel Tapia/Reuters
Mulheres participam de marcha em Quito, no Equador, em outubro de 2019 — Foto: Daniel Tapia/Reuters

As pesquisas indicam leve favoritismo para Arauz, que tentará dar um novo rosto à esquerda saudosa do período de Rafael Correa (2007-2017) para superar as crises do país. Do outro lado, Lasso concorrerá pela terceira vez consecutiva tentando modular o discurso de austeridade com promessas de maiores ganhos reais nos salários dos equatorianos. O líder indigenista Yaku Pérez corre por fora (veja mais no fim da reportagem sobre os candidatos a presidente do Equador).

Ao todo, são 16 candidatos. O atual presidente, Lenín Moreno, decidiu não tentar a reeleição após ficar isolado politicamente diante das crises políticas. Mesmo a candidata de seu partido, Ximena Peña, com poucas chances de vitória, se afastou de Moreno.

Para se eleger em primeiro turno, o candidato precisa obter a maioria absoluta dos votos (50% + 1) ou conseguir mais de 40% e uma diferença de 10 pontos percentuais ao segundo colocado. O segundo turno está marcado para 11 de abril. Pelas pesquisas, é difícil que a presidência equatoriana se defina logo neste domingo.

Os equatorianos também estão atentos para a eleição parlamentar, que ocorre juntamente com o voto presidencial. Serão eleitos 137 novos integrantes da Assembleia Nacional. Ainda não está claro como ficará a nova configuração do parlamento, mas os presidenciáveis estão certos de que, quem vencer encontrará um Congresso fragmentado, com dificuldade para se formar uma maioria.

Da redação/ Com G1

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