Apesar de o desemprego ainda estar em taxas recordes, o mercado de trabalho em 2021 deve retornar as contratações de forma gradual, impulsionado pela retomada – ainda que lenta – da economia e pela perspectiva de vacinação em massa contra a Covid-19, apontam especialistas.
Números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que reúne as contratações e demissões no mercado de trabalho com carteira assinada, mostram que o número de vagas vem subindo desde julho, apesar de a geração de empregos no acumulado do ano ser bem inferior na comparação com o ano passado. Por isso a cautela dos recrutadores em relação ao reaquecimento das contratações.
O G1 ouviu algumas das principais empresas de recrutamento do país sobre a abertura de vagas e os setores que devem trazer mais oportunidades. São elas: Banco Nacional de Empregos (BNE), Catho, Indeed, Robert Half e Workana.
Brasil gera 414.556 vagas de emprego com carteira assinada
De acordo com Fernando Morette, CEO da Catho, a retomada que já ocorre nos setores da indústria e comércio certamente abrirá novas oportunidades em 2021. E as demandas ocasionadas pela pandemia devem continuar alavancando as vagas em áreas como saúde, e-commerce, marketing digital e tecnologia.
De acordo com levantamento da Catho feito exclusivamente para o G1, os cargos abaixo são alguns dos mais promissores para 2021:
Gerente de Mídias Sociais – crescimento de 1.077% em 2020
Atendente de e-commerce – crescimento de 1.033% em 2020
Cientista de dados – crescimento de 252% em 2020
Especialista DevOps – crescimento de 250% em 2020
A Robert Half, por meio do Guia Salarial 2021, mapeia as posições permanentes e por projetos em alta nas áreas de Finanças e Contabilidade, Engenharia, Jurídica, Mercado Financeiro, Seguros, Recursos Humanos, Vendas e Marketing e Tecnologia. Veja abaixo:
Finanças e Contabilidade
Engenharia
Jurídico
Vendas e Marketing
Mercado Financeiro
Recursos Humanos
Seguros
Tecnologia
Uma pesquisa encomendada pelo Indeed entrevistou mais de 250 empregadores no Brasil e mostrou quais setores estão mais otimistas para 2021:
Vendas, Mídia e Marketing
TI e Telecomunicações
Varejo, Catering e Lazer
Recursos Humanos
Educação
Finanças
A recrutadora Indeed destaca os cargos que mais demandaram profissionais em tecnologia em 2020 e que continuarão a crescer em 2021:
O Banco Nacional de Empregos (BNE) prevê aquecimento para os seguintes cargos:
De acordo com a Workana, plataforma que intermedia empresas e freelancers, o grande crescimento das contratações de profissionais das áreas de Marketing (especialmente Marketing Digital) e Programação, verificado em 2020, deve permanecer em 2021.
“Acreditamos que serão as áreas mais procuradas em 2021, principalmente por parte de grandes empresas, que estão contratando freelancers como um recurso para as suas equipes internas”, diz Daniel Schwebel, Country Manager da Workana no Brasil.
Veja abaixo as áreas que tiveram maior demanda de profissionais em 2020 que devem continuar a crescer em 2021:
“Por mais que o mercado de trabalho tenha sido fortemente impactado a partir de abril, em maio e junho já foi possível observar uma retomada gradual que se manteve mês a mês. A expectativa é pela manutenção desse movimento em 2021, influenciado pela chegada da vacina e um maior controle da pandemia, além da consequente melhora dos indicadores econômicos”, afirma Fernando Mantovani, diretor geral da Robert Half.
Segundo ele, como um diferencial de carreira, os projetos temporários podem ser uma boa aposta. De acordo com pesquisas da Robert Half, 41% dos executivos brasileiros disseram que vão aumentar o quadro de trabalhadores por projetos nos próximos meses e 50% dos que contrataram por projetos durante a pandemia disseram que vão explorar mais esse modelo de contratação no futuro.
Fernando Morette, CEO da Catho, observa que o segundo semestre foi de recuperação em setores cruciais para a economia, como indústria e comércio, e esse processo de retomada deve continuar em 2021, ainda que gradualmente.
De acordo com ele, após redução nos anúncios de vagas no primeiro semestre de 2020, a plataforma da Catho segue em ritmo acelerado de recuperação e, em novembro, registrou aumento de 6% na abertura de vagas em comparação com o mesmo período do ano passado.
Para Felipe Calbucci, diretor de vendas do Indeed Brasil, o choque na economia trazido pela pandemia pegou diversas empresas de surpresa, que não estavam preparadas para as mudanças e acabaram reduzindo sua força de trabalho ou encerrando operações.
“Setores como o hoteleiro, turismo e alimentício foram impactados fortemente com a falta de público. Em contrapartida, diversos negócios viram uma brecha de oportunidade para deslanchar, como os aplicativos de delivery, ensino à distância e e-commerces. Há ainda muito o que acontecer para termos certeza do que nos espera em 2021 no mercado de trabalho”, observa.
Para José Tortato, gerente de negócios do BNE, o mercado de trabalho neste momento está estável, pois as empresas ainda estão inseguras com a situação e mantêm suas operações de maneira cautelosa.
“A perspectiva é que quando iniciar a vacinação em massa, as empresas fiquem mais otimistas e retomem a movimentação de vagas de forma geral gradativamente”, afirma.
Na plataforma Workana, o ano de 2020 foi bom ano para o mercado freelancer, já que muitos profissionais que se viram sem uma fonte de renda optaram por prestar serviços de forma autônoma. E as empresas encontraram nessa forma de contratação uma alternativa viável para suprir as demandas por profissionais.
Segundo Daniel Schwebel, country manager da plataforma no Brasil, houve aumento tanto a quantidade de freelancers registrados quanto no número de contratações pelas empresas. “Em 2021 continuará crescendo o número de contratações nesse modelo, muito puxado pela força que o trabalho remoto vem ganhando e a forma como as empresas começam a perceber a contratação por projeto”, aponta.
Para José Tortato, gerente de negócios do BNE, é muito importante os candidatos estarem adaptados para participar de processos seletivos de forma remota, através de videoconferências. É manter os currículos cadastrados e atualizados em plataformas digitais especializadas.
Fernando Mantovani, diretor geral da Robert Half, recomenda seguir em busca das qualificações que façam sentido para a área de atuação. Estabelecer um plano de carreira é essencial, assim como analisar quais são as características, competências e certificações necessárias para que o profissional se mantenha constantemente atualizado no setor em que quer atuar.
“A perspectiva é que quando iniciar a vacinação em massa, as empresas fiquem mais otimistas e retomem a movimentação de vagas de forma geral gradativamente”, afirma.
Na plataforma Workana, o ano de 2020 foi bom ano para o mercado freelancer, já que muitos profissionais que se viram sem uma fonte de renda optaram por prestar serviços de forma autônoma. E as empresas encontraram nessa forma de contratação uma alternativa viável para suprir as demandas por profissionais.
Segundo Daniel Schwebel, country manager da plataforma no Brasil, houve aumento tanto a quantidade de freelancers registrados quanto no número de contratações pelas empresas. “Em 2021 continuará crescendo o número de contratações nesse modelo, muito puxado pela força que o trabalho remoto vem ganhando e a forma como as empresas começam a perceber a contratação por projeto”, aponta.
Para José Tortato, gerente de negócios do BNE, é muito importante os candidatos estarem adaptados para participar de processos seletivos de forma remota, através de videoconferências. É manter os currículos cadastrados e atualizados em plataformas digitais especializadas.
Fernando Mantovani, diretor geral da Robert Half, recomenda seguir em busca das qualificações que façam sentido para a área de atuação. Estabelecer um plano de carreira é essencial, assim como analisar quais são as características, competências e certificações necessárias para que o profissional se mantenha constantemente atualizado no setor em que quer atuar.
“Além disso, as habilidades comportamentais ganharam ainda mais importância no último ano. Portanto, é válido dar uma atenção especial ao aprimoramento do pensamento estratégico, comunicação, agilidade, inovação e adaptabilidade.”
Para Fernando Morette, CEO da Catho, a busca por recolocação passa por insistir nas buscas por emprego e utilizar a web como ferramenta de procura.
Além disso, acompanhar as mudanças ocasionadas pela pandemia e as áreas que acabaram crescendo com essas mudanças abruptas no modo de viver é crucial. Por isso, o profissional em busca de recolocação deve ficar atento aos cargos que estejam em alta e que se enquadram em suas qualificações e habilidades.
O candidato deve ainda acompanhar as áreas em ascensão e conhecer mais sobre as empresas nesses setores.
“Outro ponto importante é utilizar desse tempo para se qualificar com cursos e conteúdos pertinentes. Isso contribui para que o currículo do candidato fique mais atrativo às empresas e ajuda o candidato a aumentar o leque de oportunidades.”
Felipe Calbucci, diretor de vendas do Indeed Brasil, indica pesquisar sobre o setor e carreira de recolocação, incluindo o que falam as pessoas que trabalham nas empresas. “É preciso estar sempre atualizado também, buscar novidades no seu setor, acompanhar tendências da área escolhida, fazer cursos de especialização”, diz.
Veja outras dicas de Calbucci:
Daniel Schwebel, country manager da Workana no Brasil, aponta que, para se destacar no mercado de trabalho, é fundamental que os profissionais desenvolvam não só suas habilidades técnicas, mas também as pessoais – conhecidas como soft skills.
“Colaboradores que têm pensamento crítico e facilidade para solucionar problemas e se adaptar sairão na frente”, diz.
Pesquisa da Workana com as empresas sobre as habilidades necessárias no futuro mostrou que as mais citadas foram o pensamento ágil focado em soluções e adaptação às mudanças.
Da redação/ Com G1