Em Guarabira: Vítima de tentativa de feminicídio relata momentos de terror e faz declarações assustadoras

Publicado em quarta-feira, setembro 18, 2019 · Comentar 


Vitima e acusado

Foi chocante a entrevista da mulher vítima de tentativa de feminicídio ocorrida na tarde desta terça-feira (17), em uma unidade básica de saúde, no bairro Primavera, em Guarabira. Fabiana Duarte, que é recepcionista do posto de saúde e estava trabalhando, foi atacada pelo próprio companheiro, o comerciante Joab Paulo Anacleto Tavares, de 28 anos.

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De acordo com informações de testemunhas, a mulher estava em seu local de trabalho quando o companheiro chegou para conversar e em dado momento começaram a discutir. O acusado conseguiu quebrar um vidro, pegou uma parte e tentou golpear a mulher no pescoço. Ela começou a gritar e a pedir socorro.

No momento do tumultuo, passava pelo local o tenente PM Fábio Rodrigues, em companhia de sua família. Ele parou o carro e entrou no posto de saúde, se deparando com a situação, com a mulher sendo atacada pelo homem com um “caco de vidro” na mão. O tenente deu voz de prisão e não foi obedecido e foi aí que atirou em uma das pernas de Joab.

Viaturas da PM e dos Bombeiros foram acionados. Os dois foram levados para o Hospital Regional de Guarabira. O agressor com um tiro na perna e a vítima com ferimentos pelo corpo, provocados pelo vidro. Depois do atendimento médico, eles foram levados à delegacia de Polícia Civil.

Na delegacia, Joab negou que tenha tentado matar a companheira. De acordo com apuração da PM, o rapaz havia bebido antes de procurar a mulher e havia dito que iria matar Fabiana.

Em entrevista ao repórter Zé Roberto, da Rádio Constelação FM, Fabiana narrou os momentos de terror que passou nas mãos do possessivo companheiro.

“Eu estava trabalhando, ele chegou, disse que eu iria pagar pelo que estava fazendo, ele tem uma doença que é ciúme. Do nada ele me deu um murro, isso na frente do meu trabalho. Eu entrei para pegar a bolsa para ir pra casa e ele entrou também como se fosse pegar uma arma na cintura. Ele tirou o celular e bateu na minha cabeça e começou a dar murros. Ele me puxou para uma salinha, pegou um pedaço de vidro e tentou me matar”, contou.

A vítima contou que conheceu Joab em um bar, passaram a se conhecer, a namorar e decidiram ir morar juntos. Fabiana contou que o desejo do agressor era deixar a cabeça dela pendurada no local de trabalho.

“Eu conheci ele num bar e agente começou a trocar mensagem, ficamos e com um tempo decidimos morar juntos. Eu pensava que ele era uma pessoa boa, mas me enganei. Percebi que ele era uma pessoa agressiva e dizia o tempo todo que iria me matar, me ameaçava de morte e dizia que o sonho dele era deixar minha cabeça pendurada no estabelecimento de trabalho”, narrou Fabiana.

Fabiana contou ainda na entrevista que Joab tinha ciúme doentio, mandou excluir conta de rede social, que ele monitorava permanentemente o que ela fazia e que chegou a frequentar um psicólogo por causa da pressão que sofria, se isolando das pessoas de sua convivência.

“Ele tinha muito ciúme do lugar que eu trabalho, já tinha me mandado sair do Face, do grupo do meu trabalho eu já saí para evitar confusão. Eu trabalhava com ele 24 horas na chamada de vídeo, se eu saísse para beber água ele já perguntava o que eu estava fazendo. Eu comecei a me isolar das pessoas, não saía mais de casa. Vai fazer quatro meses que estou com ele e mudei a minha vida por completa por causa dele”, destacou a vítima.

Ela ainda contou que começou a frequentar reuniões com uma psicóloga por causa da tortura psicológica que sofria, sendo acusada de traição permanentemente. Disse que andava na rua de cabeça baixa para não despertar o ciúme do companheiro.

Da Redação
Com Blog do Pedro Júnior/Zé Roberto e Portal25horas /Jota Alves

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