ESPECIAL: A “terra onde o bode é rei” e os motivos para visitar Cabaceiras, no cariri da PB

Publicado em terça-feira, junho 4, 2019 · Comentar 


 

Marcos Sales,
de Cabaceiras-PB I Site/Revista Expresso PB

Sol, calor e forró. Gente de todos os lugares do mundo. Por um dia, o lugar se torna uma metrópole, apesar de ter sua população estimada em pouco mais de 5 mil habitantes, umas duas dezenas de ruas e a grandeza de “roliúde”. E não é toa que o seu nome artístico é justamente “Roliúde Nordestina”, lá  já foram gravadas diversas obras cinematográficas, a mais famosa o Auto da Compadecida.  Estamos falando de Cabaceiras, cidade localizada no cariri paraibano, distante 188km de João Pessoa e 69km de Campina Grande, com 184 anos de emancipação política, comemorada neste dia 04 de junho. Em duas reportagens especiais, o ExpressoPB.net vai mostrar porque Cabaceiras se tornou referência no turismo de eventos. Acompanhamos um grupo de turistas que visitaram a cidade no último dia da festa do Bode Rei para conhecer e mostrar o Maior Festival de Caprinovinocultura do Brasil.

No domingo (02), Cabaceiras acordou cedo. A larga avenida que dá acesso a Praça Central estava lotada de gente, carros e motos. Antes da ponte colorida com designer bonito, iluminada a noite por lâmpadas protegidas por canos, uma parada obrigatória: o painel que fica no alto da pedra localizada no lado esquerdo da chegada. O acesso ao painel “Roliúde Nordestina” agora está com acesso calçado por pedras de paralelepípedos, antes a poeira tomava de conta do lugar, mesmo assim nunca deixou de atrair turistas.

Após a parada rápida,  os estacionamentos improvisados acolhem os veículos de lotação e até particulares, na cabeceira da ponte. Centenas de carros se enfileiram por volta das 10h da manhã pela rodovia que dá acesso a cidade, a PB 148. Passada a ponte um portal avisa ao visitante: “21ª Festa do Bode Rei”. A partir desse ponto o forró ‘come no centro’ e o bode reina triunfante em todos os recantos da festa: da culinária ao artesanato, das atrações artísticas às culturais.

No centro da praça um ‘pomposo’ coreto enfeitado com peças de chita coloridas impressiona o visitante, abaixo uma placa orienta a quem chega, os pontos onde acontece as atividades. Do lado esquerdo um pavilhão modesto, para atividades oficiais do evento e apresentações culturais, nas laterais os standes de artesanato, culinária e gastronomia.

Pavilhão do lado esquerdo do corêto, ao lado standes de artesanato (à esq)  e culinária (à dir). Foto: @ExpressoPB

Ao final daquele corredor entre o pavilhão e os standes chega-se a Praça do Bode. Lá acontece as exposições de caprinos e ovinos. Um pedestal fica exposto no centro do local onde acontece as competições do bode mirim,  bode adulto, bode feminino, o famoso Pega Bode, a Gincana do Bode, o Cabra-cega e o laço do bode.

Enquanto ocorre as competições, um exuberante caprino fica no pedestal para quem deseja se fotografar ao lado do rei da festa, que em dado momento se incomoda com tanta agitação ao seu redor, mas não perde a pose.

Pedestal onde o Bode assume sua majestade

Partindo da entrada da festa, seguindo do coreto para o lado direito, uma outra praça enfeitada e um pavilhão ainda maior dá lugar as atrações de maior porte. As apresentações musicais começam cedo, o público se aglomera comprimido na sombra do pavilhão e se estende pelo meio da rua a procura de uma sombra, que são poucas, aos pés das calçadas que ficam ao redor, embaixo de um sol escaldante no ‘pingo do meio dia’.

Pavilhão do lado direito do Corêto, onde o forró ‘come no centro’. Foto: ExpressoPB

Cabaceiras estava em temperatura máxima, assim como sempre se comporta seu clima, já que o município é onde menos chove no Brasil. Com toda essa quentura, vez por outra os vocalistas das bandas que se revesavam no palco pediam para socorristas retirarem alguém que passava mal no meio da multidão.

Mesmo assim, ninguém arredava o pé e cada vez mais gente passavam pelo portal de entrada como se fossem formigas enfileiradas se espalhando por todos os recantos da festa.

O dia inteiro foi assim, só ao cair da tarde, quando o sol começava a dar lugar a escuridão da noite que lá se iam as centenas de caravanas deixando Cabaceiras para trás, mas com a lembrança do lugar  viva na memória.

Na próxima reportagem, o ExpressoPB.net vai mostrar o potencial da economia para o lugar, a força do artesanato, os lugares cinematográficos, mas também os desafios do poder público e organizadores do evento para oferecer uma estrutura condizente com a grandeza da festa, que cresce a cada ano.

Da Redação 
Do ExpressoPB/Por Marcos Sales

 

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