Após 41 dias de espera, as águas advindas do Rio São Francisco devido a aguardada transposição, se encontraram com a água armazenada no açude Epitácio Pessoa em Boqueirão. O encontro com a bacia hidráulica de Boqueirão, esperado por muitos paraibanos, aconteceu na noite desta terça-feira (18).
O açude de Boqueirão vive a sua pior crise, e chegou a atingir o nível mais baixo de toda a sua história, desde a década de 1950, Boqueirão. O açude que abastece 1 milhão de habitantes em Campina Grande e outras 18 cidades chegou nesta terça-feira a 2,9% da capacidade, e há três meses atingiu o chamado “volume morto”.
Antes de chegar ao espelho d’água de Boqueirão, ainda durante a tarde desta terça-feira, as águas do “Velho Chico” já haviam chegado a uma pequena lagoa que ainda restava isolada na bacia hidráulica do açude, onde, com a luz do dia era possível ver a divisão do encontro das águas: do lado esquerdo (da foto abaixo) a água mais clara é a da tranposição do Rio São Francisco. Já a da direita – mais escura – é a pouca água que ainda restava em uma das lagoas da bacia hidráulica de Boqueirão.
Construído pelo Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (DNOCS) ha mais de 60 anos, o açude de Boqueirão tem capacidade para armazenar até 411.686.287 de m³ de água, mas está com pouco mais de 11,9 milhões, segundo os dados da Agência Executiva de Gestão das Águas da Paraíba (Aesa). Para sair do volume morto, ele precisar ficar com o nível de água acima de 8,2%.
O último pior índice registrado em uma crise hídrica anterior ocorreu no fim da década de 1990, quando o açude chegou à margem de 14% do volume total. Ele nunca havia chegado ao volume morto antes.
A torre construída para auxiliar no monitoramento do volume do açude já está completamente descoberta. As duas comportas que captavam a água no fundo do açude por meio da gravidade já não têm mais água no entorno. Vários pontos do açude também se transformaram em ilhas.
A água da transposição do Rio São Francisco chega à cidade de Monteiro, na Paraíba, através do eixo leste. Neste trecho, a água é captada na cidade de Petrolândia, no Sertão de Pernambuco e viaja por 208 quilômetros até chegar a cidade paraibana. As águas chegaram a Monteiro, no dia 8 de março deste ano. Em seu trajeto pelo rio Paraíba, a água do “Velho Chico” passou pelos açudes de Porções, Camalaú e São José, até chegar no rio Taperoá, e seguir para Boqueirão.
Da Redação
Com PBAgora/Por Severino Lopes