Eleita prefeita de Marcação (PB), no primeiro turno das eleições deste ano, com 51,20% dos votos, a atual vice-prefeita da cidade, Eliselma Oliveira (PDT), promete usar a sua experiência adquirida na Prefeitura para fazer uma gestão diferenciada. Lili, como é conhecida na região, é uma Potiguara– etnia das 16 aldeias indígenas distribuídas pelo município.
Localizado na microrregião do Litoral Norte da Paraíba, além do distrito sede, Marcação também possui o distrito de Camurupim. Sua população, de acordo com o último senso do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2006, está estimada em cerca de 7.000 habitantes, dos quais 77,5% são Potiguaras.
“O município precisa de mudanças significativas para as comunidades, sobretudo na saúde, na educação e nas estradas e ladeiras que dão acesso às aldeias”, afirma Eliselma, que, na última semana, esteve no Congresso Nacional, em Brasília, para conseguir recursos.
Para o deputado federal paraibano Damião Feliciano (PDT), a determinação da prefeita é uma herança da trajetória histórica de seu povo e uma das muitas características que a tornam apta para promover as mudanças tão necessárias para as comunidades locais.
“Tenho muito orgulho de ter apoiado e vencido junto com a Lili a campanha para administrar a Prefeitura de Marcação a partir de 2017/2020. Ela é uma índia potiguara, a etnia que mais resistiu à invasão portuguesa no Nordeste do Brasil. Ela é o exemplo de força de trabalho, coragem e determinação para assegurar melhores condições de vida para seu povo”, declara Damião Feliciano.
Dentre os projetos apresentados pela prefeita, estão a pavimentação dos acessos às aldeias, melhoramento nos (PSF) do município e aquisição de novas ambulâncias para atendimentos de urgências.
Outra prioridade para Eliselma é a educação e o resgate da cultura indígena junto à comunidade Potiguara que, conforme ela explica, foi perdendo seus costumes e raízes com o passar do tempo.
“Existem algumas escolas que já ensinam a linguagem Tupi, mas um dos meus projetos é inserir o seu aprendizado em todas as escolas”, explica a prefeita eleita, que, a partir desse resgate cultural, pretende alavancar o turismo no município, tendo como atrativos o artesanato, as comidas e as danças típicas.
Por Elizângela Isaque e Ester Marques