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O Grande – Por Aninha Ferreira Setembro/2016
Eu sou maior.
Digo com tanta franqueza e segurança porque sei quem sou. Sei o que enfrento e o que me incomoda por dentro. Sei “de cor e salteado” o que me impede de estampar PAZ no meu coração em letras garrafais. Sou maior porque caio, mas não me acomodo com a queda. Carrego minhas cicatrizes com orgulho, porque representam meus inúmeros recomeços. Sou maior porque sigo, apesar de tudo. Quando a noite chega e deito para dormir, percebo que resisti ao possível caos de um dia inteiro de problemas. Pois é, eu fui maior que todos eles juntos. Posso até ter o corpo cansado e o coração dolorido, mas faço questão de ter a consciência tranquila. Quando eu acordo pela manhã, mesmo com o travesseiro molhado, faço o sinal da cruz e fico de pé, pronto (a) para enfrentar mais vinte e quatro horas do desconhecido. E então, digo a mim mesmo (a): Se Ele me deu mais uma chance, é porque eu sou MAIOR.
Eu sou maior que as minhas dores e angústias. Sou maior que as minhas dúvidas, meus medos e minhas inconsequências. Sou maior que os meus inimigos (descarados e disfarçados) e do que todas as pragas e pedras que lançam em mim. Sou maior que a fofoca de gente desocupada e da inveja absurda que enche o coração dos outros de maldade. Sou maior que um dia de trabalho cansativo e sem o mínimo de reconhecimento, maior que o estresse diário que me faz correr tanto e nem sempre ter êxito; sou maior que os meus falsos amigos que me beijam a face e me esfaqueiam as costas, maior que o olho grande e o mau humor de quem não sabe viver. Sou maior que os meus problemas familiares, conjugais e afetivos, maior que a cisma dos meus colegas de trabalho que insistem em me boicotar e agem como se eu não soubesse, maior que todos os pesadelos e tentações que vez por outra vivem a me rondar.
Sou maior que todas as decepções que já vivi. Maior que a dor que fez do meu coração alojamento. Maior que as minhas crises existenciais, o pessimismo e a descrença em mim mesmo(a). Sou maior que o preconceito, maior que o julgamento dos “perfeitos”, maior que qualquer piada, deboche e sarcasmo de uma gente que só o Céu dá jeito. Sou maior que os meus defeitos, maior até que os meus piores feitos. Sou muito maior que qualquer rótulo, qualquer disse-me-disse, qualquer comentário maldoso e medíocre de quem pouco ou nada sabe sobre mim. Sou maior que a estranheza de quem se ocupa em espalhar ódio gratuito por aí. Sou maior que a minha aparência refletida no espelho, maior que a soberba, a grosseria e a ignorância de quem se acha o exemplo de ser humano no mundo inteiro.
Eu sou maior que qualquer “menor” que me perturba, desequilibra e machuca. Por fora, eu sou apenas o que você com o olhar já leu. Mas por dentro eu tenho uma força imensa, que chamo de DEUS. E Ele, amigo, é e sempre será infinitamente MAIOR que eu. ♥
Da Redação
Do ExpressoPB/Publicação da Revista EXPRESSO, edição nº 22 – Setembro/2016
