Caso Rebeca: Testemunha quebra o silêncio, inocenta padrasto e acusa tenente; delegado do caso contesta

Publicado em quinta-feira, agosto 11, 2016 · Comentar 


Rebeca-Cristina-1-310x245Uma testemunha que preferiu não se identificar procurou a reportagem da TV Arapuan, para acusar um tenente da Polícia Militar, de ser o autor do assassinato da adolescente Rebeca Cristina, morta em 11 de julho de 2011. Ele inocentou o padrasto da jovem, preso do dia 22 de julho deste ano e disse ter visto o tenente acompanhado de outra pessoa junto com a adolescente no dia que ela foi assassinada.

De acordo com a testemunha, a jovem estava no banco da frente de um carro prata e não esboçava reação, aparentando conhecer as pessoas que a acompanhavam. O local onde o veículo tentou entrar só permite a passagem de veículos de tração animal, ou bicicleta, por isso, o carro precisou voltar de ré. “Olhei e vi duas pessoas, lembrei que era um rapaz que já tinha visto e no outro dia vendo um programa policial vi que se tratava do sumiço de uma menina encontrada estuprada e morta. Liguei 190 e 197 e o policial chegou com foto de outra pessoa que não era a que eu tinha visto”, disse.

Ele explicou que foi ouvido duas vezes pela Polícia e pelo Ministério Público e reconheceu a pessoa. Apesar disso, o processo continuou e apontou o padrasto da jovem como o autor do crime.

A testemunha explicou que não tem medo de represália por vir a público e disse que faz, pois se morrer, “a imprensa sabe quem foi”, afirmando que seria o suposto assassino da jovem. “Quando chegar no momento oportuno eu vou dizer na cara dele que é um assassino porque eu vi ele com a menina. Ele acha que o crime foi perfeito, mas foi burrice que ele fez das grandes, tirar a vida de uma pessoa inocente”, afirmou.

O outro lado

O delegado do caso, Glauber Fontes, afirmou que tem conhecimento do teor da declaração desta testemunha, mas desqualificou as acusações afirmando que ele já foi ouvido diversas vezes e que voltou atrás em diversos pontos, chegando a dar versões distintas. “Checamos o policial (que a testemunha indicou) ele fez exame de DNA e o resultado foi negativo, em seguida ele apresentou uma nova versão, cada vez que a tem contato com a investigação cria uma história diferente o que nos leva a crer que o objetivo é aparecer e não contribuir com a investigação”, disse.

A prisão temporária do padrasto foi decretada e nestes 30 dias e a polícia continua trabalhando para preencher as lacunas que faltam. “É preciso tempo para que a polícia trabalhe e evitar que pessoas ajam com injustiça”, explicou.

O promotor do caso, Marcos Leite, também desqualificou as declarações da testemunha, afirmando que só por estar no local do crime não quer dizer que está isento de comprometimento.

A respeito do envolvimento do tenente da PM, o promotor explicou que essa testemunha surgiu logo após o crime, foi ouvida porque teria visto uma pessoa com a menina e reconhecido por uma foto numa reportagem, mas quando foi levado a Central de Polícia deu informações desencontradas.

Entenda o caso

Rebeca Cristina, de 15 anos, foi violentada e assassinada em 11 de julho de 2011, no trajeto entre a casa da família e o Colégio da Polícia Militar, em Mangabeira VIII, Zona Sul de João Pessoa. O corpo da estudante foi encontrado com diversos tiros em um matagal na Praia de Jacarapé, Litoral Sul da Paraíba, na tarde do mesmo dia do crime.

Da Redação
Com TV Arapuan

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