
Os fãs do cantor Cristiano Araújo se reuniram na manhã desta sexta-feira (24) no Cemitério Jardim das Palmeiras, em Goiânia, para homenagear o músico, que morreu há um ano em um acidente de carro na BR-153. Pessoas de várias partes do país levam fotos e cartazes para o túmulo do sertanejo. Além disso, cantam músicas de sucesso do ídolo.
A vendedora Daiane Garcia, de 25 anos, diz que saiu de Minas Gerais e viajou por cerca de oito horas para estar próximo ao cantor uma última vez. Ela chegou a Goiânia na terça-feira para participar da missa celebrada em memória do cantor. “Fui só a um show dele, mas acompanhava a carreira dele desde o início. O vi uma vez, mas já foi o suficiente para amar”, disse.
Já o funcionário público Tomás Aquino Moraes, de 65, conta que acompanhava a carreira do músico desde o início. “Lembro quando o pai dele começou a levar nos eventos, nos programas e eu já assistia, gostava muito. Desde então, escrevo poemas sobre ele, já tenho mais de 200 páginas escritas e penso em lançar um livro com eles”, relatou.
O idoso comentou ainda que chegou a conhecer Cristiano Araújo. “Eu estava na noite vendendo CDs do meu filho, que também era músico, quando o vi passando. Eu chamei e ele veio todo atencioso, me cumprimentou. Isso foi em setembro de 2014. Se eu soubesse que aquela seria a última vez que eu teria chance de falar com ele”, lembrou, emocionado.
A dupla Ary e Alexandre também foi ao cemitério para homenagear o ídolo, cantando músicas famosas de Cristiano junto com os fãs. Eles, que são de Belém (PA), se mudaram para Goiânia há três anos para tentar se destacar no cenário sertanejo.

Acidente
O acidente que matou Cristiano Araújo, de 29 anos, ocorreu na BR-153, em Morrinhos, quando o cantor voltava para Goiânia após um show em Itumbiara, no sul do estado. A namorada dele, Allana Moraes, de 19, também morreu. Além do casal, estavam no veículo o motorista, Ronaldo Miranda, e o empresário Victor Leonardo. Os dois últimos ficaram feridos, mas deixaram o hospital dias depois.
Victor Leonardo conta que, antes do acidente, o clima no carro era de alegria. “A gente estava escutando as músicas, pois planejávamos a gravação de um DVD. Ele [Cristiano] estava super tranquilo, beijava a Allana toda hora. Eles estavam super apaixonados e, de repente, não vi mais nada. Sumiu tudo e não o vi mais depois”, recorda emocionado.
Allana morreu na hora. Já Cristiano Araújo chegou a ser socorrido e levado para o Hospital Municipal de Morrinhos. Depois, foi transferido para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Móvel até a capital, Goiânia. Em seguida, foi de helicóptero até o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), onde foi constatado o óbito.
O motorista Ronaldo Miranda foi indiciado pela Policia Civil e, em seguida, denunciado pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO) por duplo homicídio culposo. O processo segue em andamento na Comarca de Morrinhos, na região central de Goiás.
O delegado Fabiano Henrique Jacomelis, responsável pelo caso, disse na época do indiciamento que o motorista foi negligente e imprudente. “Houve o crime de trânsito, ele agiu com negligência no momento que transitou com as rodas não originais, com danos, e imprudente por dirigir em excesso de velocidade”, disse.
Para o delegado, a soma de vários fatores levaram à morte do casal, como a troca das rodas do veículo, um Range Rover Sport 2015. “O conjunto excesso de velocidade, danos da roda e a falta do uso de cinto segurança foram determinantes para o resultado trágico”, destacou Jacomelis.
Cristiano Araújo estava no auge de sua carreira. Ele deixou dois filhos, João Gabriel e Bernardo. Segundo o pai do cantor, os netos que o filho lhe deu são uma forma dele continuar vivo, além da música. “São presentes, a gente olha pra eles e vê o Cristiano”, afirma.
Da Redação
Com G1