Afastado do mandato e da presidência da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) compareceu à Casa nesta quinta-feira para apresentar sua defesa ao Conselho de Ética. Na sessão, Cunha repetiu o roteiro já protagonizado desde novembro, quando o processo por quebra de decoro foi instaurado: dedicou-se a atacar os procedimentos do conselho, a rechaçar as acusações de realização de manobras que levam a sua ação a ser a mais demorada da história da Casa e a negar a manutenção de contas no exterior, que, conforme as investigações da Lava Jato, abrigaram dinheiro sujo do petrolão. “Os investimentos e os patrimônios não me pertenciam. Essa á a realidade. Eu não possuo investimentos e não há como haver prova que eu possuo”, afirmou.
Cunha passou a ser alvo do Conselho de Ética após PSOL e Rede ingressarem com ação pedindo a perda do mandato por quebra de decoro parlamentar alegando que Cunha não prestou esclarecimentos sobre as suas contas bancárias secretas mantidas na Suíça. Pior: mentiu durante depoimento à CPI da Petrobras justamente por ter negado possuir contas no exterior. Aos membros do conselho, Cunha reiterou a declaração feita à comissão de inquérito e disse apenas ser ligado a um trust do qual o patrimônio não tinha a titularidade e não poderia movimentar nem dispor de bens.