Mesmo sem líder do governo, Temer pede ‘agilidade’ à Câmara, diz Geddel

Publicado em terça-feira, maio 17, 2016 · Comentar 


Temer-posseO novo ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), afirmou que o presidente em exercício Michel Temer pediu aos líderes de 13 partidos na Câmara, durante reunião nesta terça-feira (17) no Palácio do Planalto, que, mesmo sem ainda ter sido indicado o líder do governo, “agilizem” a votação de medidas provisórias que trancam a pauta.

Segundo o ministro, o pedido foi motivado pela expectativa de votação nas próximas semanas da revisão da meta fiscal, considerada pelo governo “de extrema importância”.

Os deputados foram ao Palácio do Planalto para apresentar a Temera proposta de indicação do deputado André Moura (PSC-SE) – aliado do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) – para líder do governo. Mas Geddel Vieira Lima afirmou que não houve a sugestão.

Até a semana passada, o cargo era ocupado pelo deputado José Guimarães (PT-CE), líder do governo da presidente afastada Dilma Rousseff.

Segundo Geddel Vieira Lima, responsável pela interlocução do Executivo com o Congresso Nacional, o novo líder será anunciado no momento “oportuno”.

“A liderança do governo [na Câmara] será solucionada. Enquanto o presidente não designa quem vai exercer a liderança, os líderes dos partidos tocarão a pauta sem nenhuma dificuldade, não tenho dúvida disso”, declarou Geddel em entrevista no Palácio do Planalto.

Cabe ao líder do governo na Câmara se reunir com os ministros responsáveis pela articulação política, receber orientações sobre o posicionamento do Executivo em relação a projetos em tramitação e articular, junto à base aliada, os votos necessários para que a Casa aprove ou rejeite propostas, conforme o objetivo do Palácio do Planalto.

CPMF e reforma da Previdência
Durante a entrevista no Palácio do Planalto nesta terça, Geddel Vieira Lima também foi questionado sobre como o governo pretende ter o apoio necessário no Congresso para aprovar medidas como a recriação da CPMF e a reforma da Previdência Social.

No ano passado, o governo enviou ao Congresso a previsão de gastos e receitas na lei orçamentária com a previsão de arrecadar recursos com a CPMF.

Além disso, um grupo de trabalho já foi montado pelo Executivo com as centrais sindicais para discutir medidas para a Previdência, que tem um rombo estimado em cerca de R$ 120 bilhões para este ano.

“Sobre a CPMF, não há decisão de governo a respeito deste tema. […] Eu já me manifestei afirmando que temos de tocar a econômica pelo corte de despesas, dando o exemplo à sociedade antes de aumentar tributos. Temos de enxugar as despesas públicas”, declarou Geddel.

Sobre a reforma da Previdência, Geddel disse que é um tema de “alta complexidade” e, por isso, Temer “abriu conversa” com as centrais sindicais e com a base aliada.

‘Paciência’
Geddel Vieira Lima aproveitou a entrevista desta terça, sua primeira à imprensa desde que assumiu a Secretaria de Governo, na semana passada, para pedir “paciência” porque o novo governo “só tem dois úteis”.

O ministro acrescentou ter a “impressão”, quando lê os jornais, de que a gestão de Michel Temer começou há quatro anos.

“Não teve uma transição de 90 dias para que a gente se preparasse para os desafios que aí estão. O presidente do Banco Central [Ilan Goldfajn] foi indicado hoje [terça, 17]. É um governo que só tem dois dias úteis. Este é um pedido de paciência para as pessoas que estão nos cobrando determinadas ações que precisam de um prazo mínimo”, enfatizou.

Da Redação
G1

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