Terapia Ocupacional e acidente vascular cerebral – AVC

Publicado em quinta-feira, novembro 8, 2018 · Comentar 


O mês de outubro é mês de festividades para a Terapia Ocupacional. Como já colocado em outro material deste espaço, foi em exatamente 13 de outubro de 1969 que a Fisioterapia e a Terapia Ocupacional foram legalmente reconhecidas enquanto profissão de nível superior no Brasil. Ou seja, mesmo sendo ainda pouco reconhecida em comparação com outras tantas profissões a Terapia Ocupacional completa mais de 100 anos no mundo e exatos 49 anos no Brasil, não sendo, portanto, consideravelmente nova.

A Terapia Ocupacional que conta com diversas especialidades como a Acupuntura, Saúde da Família, Gerontologia, Saúde Coletiva, Saúde Mental, Contextos Hospitalares, Contextos Sociais e Saúde Funcional, busca modificar o cotidiano das pessoas de forma significativa a promover qualidade de vida, a instalar e/ou reabilitar padrões através de atividades que promovam o maior nível de desempenho ocupacional, prezando sempre pela autonomia e independência na vida de cada cidadão.

Fonte:  http://www.projectoeuconsigo.pt/wp-content/uploads/2016/02/collagell-640×215.jpg

Para tanto, o profissional Terapeuta Ocupacional tende a integrar a equipe multidisciplinar, contribuindo com suas especificidades que é sobre tudo a de buscar junto ao paciente a função do movimento adquirido, tendo ainda como foco principal a independência nas Atividades de Vida Diária, como ocorre nos casos Pós Acidente Vascular Encefálico- AVE (Acidente Vascular Cerebral-AVC).

Em diversos estudos defini-se sobre o AVE ou AVC como a interrupção do fluxo de sangue para regiões do cérebro, podendo ser isquêmico quando há alguma obstrução das artérias dificultando e/ou impedindo o fluxo sanguíneo para aquela região e o Hemorrágico que é quando o vaso sanguíneo se rompe vazando o sangue dentro da caixa craniana podendo ocasionar uma forte pressão por não ter para onde escoar o sangue.

Em ambos os casos podem deixar sequelas, o que podem ser leves ou graves, ou ainda levar a morte a depender da extensão da lesão e região acometida. A prevenção gira em torno de hábitos de vida saudáveis e o controle de fatores de risco como: diabetes, sedentarismo, cardiopatias, hipertensão arterial, tabagismo, dentre outros.

Já a reabilitação, está diretamente relacionada às sequelas que na maioria das vezes estão dentro dos padrões de sequela sensitivo-motora, como: Paresia (disfunção ou interrupção de movimentos de um ou mais membros do corpo), Hipertonia (aumento de tônus ou rigidez muscular), Hipotonia (perda ou diminuição de força muscular), Movimentação involuntária, dificuldade ou ausência de fala, alterações de sensibilidade e sensoriais. Ou dentro dos padrões cognitivos, como: alteração de compreensão influenciando diretamente na fala, alteração memória, de atenção e ainda de comportamento influenciando diretamente nos aspectos psicológicos e emocionais, repercutindo sobre a motivação para o tratamento.

Fonte:  https://fotos.web.sapo.io/i/o2712e8d2/14017948_qYvqZ.jpeg

A intervenção do Profissional Terapeuta Ocupacional estará pautada em analisar o quão prejudicado está o desempenho Ocupacional do paciente, quer seja nas áreas funcional, sensorial e/ou cognitiva, em suas Atividades de Vida Diária, ou ainda no campo Social. Podendo prescrever órteses, cadeiras de rodas, realizar adaptações no ambiente ou nos próprios utensílios do paciente, através da Tecnologia Assistiva.

 

Fonte: http://neuroser.pt/2018/03/16/a-terapia-ocupacional-na-reabilitacao-pos-avc/

No que diz respeito as Atividades de Vida Diária, (algo que tem seu Treino privatizado ao profissional Terapeuta Ocupacional de acordo com a Resolução 316/2006 do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional) diversas pessoas podem achar simples, mas considerável parte da população que antes de sofrer um AVC conseguia comer sozinho, tomar banho, usar o banheiro, escovar os dentes, pentear os cabelos de modo independente, ao ser acometido por um AVC tem sua autoestima completamente abalada por não conseguir realizar as atividades básicas do dia a dia sozinho. Já parou pra pensar em ter alguém escovando seus dentes e/ou te dando banho?

Fonte: http://www.isaudebahia.com.br/uploads/RTEmagicC_TCI3.jpg.jpg

Pois bem, para a reabilitação dessas atividades não é tão simples, por isso, o Terapeuta Ocupacional integra a equipe de reabilitação, tendo este profissional estudado durante toda sua graduação sobre Desempenho Ocupacional, Desempenho Funcional, Atividades de Vida Diária, dentre outros conteúdos ligados ao tema em questão, estando apto para o atendimento no âmbito clínico, domiciliar, hospitalar, entre outros.

Fonte: https://www.reabavc.com.br/upload/paginas/gde/foto1_2018130141059.jpg

Dessa forma, através de uma análise sobre a atual situação e considerando todos os aspectos que envolvem a história de vida do indivíduo, bem como o que é significativo para ele traça-se um plano de intervenção curto, médio e longo prazo priorizando o que há de mais importante para o paciente no momento, buscando o máximo de autonomia e independência para este.

Deixando claro que diversos são os profissionais que integram a equipe de reabilitação em casos neurológicos a exemplo do AVC ou AVE, não sendo portanto, nenhuma profissão substituível por outra e sim complementares.

 

TERAPIA OCUPACIONAL PORQUE O MOVIMENTO DA VIDA PRECISA DE FUNÇÃO!

 

Drª Raniéli Souza, 
Terapeuta Ocupacional CREFITO 177891-T.O
Pós- Graduanda Em Transtornos do Desenvolvimento e do Espectro Autista
Membro da Diretoria da Associação de Terapeutas Ocupacionais da Paraíba

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Fonte:  CRUZ, D. M,C. Terapia Ocupacional na Reabilitação Pós-Acidente Vascular Encefálico. São Paulo: SANTOS, 2012, p. 3-18.

http://crefito1.org.br/profissoes/terapia-ocupacional/

https://www.coffito.gov.br/nsite/?p=3074

http://www.comciencia.br/comciencia/handler.php?section=8&edicao=47&id=567

https://www.reabavc.com.br/reabilitacao/reabilitacao-pos-avc-e-terapia-ocupacional

https://www.tuasaude.com/ave-acidente-vascular-encefalico/

 

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