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Lula exalta economia, promete fim da escala 6×1 e destaca luta contra o crime organizado

Em mensagem de Natal, o presidente Lula fez um balanço do ano e afirmou que o Brasil encerra 2025 como um período “histórico”, marcado por avanços sociais, melhora da economia e fortalecimento da soberania nacional. No pronunciamento, ele prometeu transformar em realidade uma das principais demandas do mundo do trabalho: o fim da escala 6×1 sem redução de salário, além de destacar ações do governo contra o crime organizado e anunciar um esforço nacional para combater a violência contra a mulher.

O pronunciamento, publicado no canal oficial do presidente no YouTube, reúne uma retrospectiva de programas sociais, medidas econômicas e iniciativas na área de segurança pública, com Lula defendendo que, apesar das dificuldades, o “povo brasileiro sai como grande vencedor” em 2025.

Saída do mapa da fome e retomada de políticas sociais

Entre os principais pontos do discurso, Lula destacou a saída do Brasil do mapa da fome, lembrando que o país havia alcançado esse resultado em 2014, mas “andou para trás” nos anos seguintes. Segundo ele, ao assumir, o governo encontrou “33 milhões de pessoas passando fome” e atribuiu a reversão desse cenário à retomada de políticas públicas.

Saímos do mapa da fome”, declarou Lula, mencionando a retomada do Bolsa Família, o apoio à agricultura familiar, a valorização do salário mínimo, investimentos em geração de empregos e ações voltadas para a alimentação nas escolas.

O presidente também citou programas voltados diretamente para famílias e juventude, ressaltando que “a família é a base da nossa sociedade” e que as famílias “conquistaram muito neste ano que chega ao fim”. Ele apontou ações que, segundo o governo, vêm reduzindo o tempo de espera por serviços de saúde e ampliando a permanência de jovens na escola.

Isenção do imposto de renda até R$ 5 mil e “dinheiro extra” nas famílias

Lula afirmou ainda que outra “grande vitória” do ano foi o “fim do imposto de renda para quem ganha até R$ 5.000 por mês”, medida que, segundo ele, terá impacto direto na renda disponível da população já a partir de janeiro.

Para milhões de brasileiras e brasileiros, o último dia do ano também será o último dia com imposto de renda descontado no salário”, disse o presidente. Ele sustentou que a isenção significará “dinheiro extra”, capaz de aliviar contas, estimular o consumo e “aquecer ainda mais a economia”, gerando efeitos positivos para todo o país.

PAC, obras e indicadores econômicos

No bloco dedicado à economia e infraestrutura, Lula afirmou que “obra é o que não falta” no Brasil e que o novo PAC está presente em todos os estados, levando “trabalho e desenvolvimento”.

Segundo ele, o país termina o ano com “a menor taxa de desemprego da história”, com recordes de emprego com carteira assinada, renda média no maior patamar já registrado e inflação acumulada em quatro anos “menor de todos os tempos”. Lula também declarou que os avanços resultaram nos “menores índices de pobreza e desigualdade da história” e que “só neste ano” dois milhões de pessoas deixaram o Bolsa Família por terem melhorado de renda.

Combate ao crime organizado e ofensiva contra a violência contra a mulher

Na área de segurança pública, Lula reconheceu que crime e violência seguem como grandes desafios. Ainda assim, afirmou que o país avançou no enfrentamento às facções e celebrou uma atuação mais incisiva do Estado.

A Polícia Federal comandou a maior operação já feita contra o crime organizado”, afirmou, acrescentando que o combate às facções “chegou pela primeira vez ao andar de cima” e que “nenhum dinheiro ou influência vai impedir a Polícia Federal de ir adiante”.

Lula também usou o pronunciamento para anunciar uma mobilização nacional contra a violência de gênero. “Um povo tão gentil e capaz de produzir coisas tão belas não pode aceitar a violência contra a mulher”, disse. Em seguida, prometeu liderar um esforço envolvendo ministérios, instituições e a sociedade, e fez um apelo direto aos homens: “Nós que somos homens devemos fazer um compromisso de alma. Em nome de tudo que é mais sagrado, seja um aliado”.

Brasil no mundo, COP 30 e resposta ao “tarifaço”

Ao abordar política externa, Lula afirmou que o Brasil voltou a ser “respeitado e admirado” internacionalmente, citando o recorde de 9 milhões de turistas estrangeiros e a realização da COP 30 em Belém do Pará, que classificou como um sucesso. Para o presidente, o evento consolidou o Brasil como liderança global no enfrentamento da crise climática.

Ele também mencionou um “desafio inédito”: um tarifaço contra o Brasil, que teria sido revertido por meio do diálogo e da diplomacia. Lula afirmou que o governo protegeu empresas, evitou demissões e negociou o fim da medida, destacando ainda que o país ultrapassou em dezembro a marca de “500 novos mercados” abertos para produtos brasileiros.

“Direito ao tempo”: promessa de fim da escala 6×1

No trecho final, Lula associou a melhora econômica à necessidade de ampliar direitos sociais e trabalhistas, afirmando que “nenhum direito é tão urgente hoje quanto o direito ao tempo”. Ele criticou a lógica que obriga trabalhadores a jornadas exaustivas e defendeu que o país precisa avançar na proteção da vida familiar.

Não é justo que uma pessoa seja obrigada a trabalhar duro durante seis dias e que tem apenas um dia para descansar o corpo e a cabeça”, afirmou, mencionando o impacto dessa rotina na convivência com os filhos e no cuidado com a casa.

Em seguida, Lula explicitou o compromisso com o tema: “O fim da escala 6 por 1, sem redução de salário, é uma demanda do povo que cabe a nós, representante do povo, escutar e transformar em realidade”.

Mensagem final de Natal e Ano Novo

Ao encerrar o pronunciamento, Lula reforçou a ideia de que o Brasil “pertence a você” e pediu que as pessoas olhassem para suas famílias na noite de Natal, sustentando que o povo “venceu e vai continuar vencendo”. Ele concluiu desejando “um feliz Natal e um feliz ano novo, cheio de paz, prosperidade e novas conquistas”.

O discurso, além de reforçar o balanço do governo, sinaliza que o Planalto pretende manter em 2026 uma agenda que combina expansão de programas sociais, melhoria de renda, investimentos e enfrentamento a temas sensíveis como segurança pública e direitos trabalhistas — com destaque para a promessa de combater a exaustão imposta pela escala 6×1 e ampliar a qualidade de vida da população brasileira.

Redação/Brasil 247
Foto Reprodução 

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