O xadrez político da Paraíba ganhou novos contornos nos últimos dias, revelando que o senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB) está longe de adotar uma postura passiva diante dos reveses sofridos em Cajazeiras. Após a articulação liderada por Aguinaldo Ribeiro e João Azevêdo, que resultou na retirada do apoio do ex-prefeito Zé Aldemir e da prefeita Corrinha à sua candidatura ao Senado, Veneziano optou pelo contra-ataque, e o fez de forma estratégica.
Ao lado do prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), o emedebista passou a costurar novos apoios, sinalizando que a disputa eleitoral está apenas começando. O movimento mais simbólico até agora foi o apoio declarado do deputado estadual Felipe Leitão (Republicanos) à pré-candidatura de Cícero, gesto que vai além de um simples alinhamento pontual.
Nos bastidores, a leitura é clara: o aceno de Felipe Leitão a Cícero representa o primeiro passo de uma articulação mais ampla, que pode culminar no apoio do parlamentar também a Veneziano, em um reposicionamento que enfraqueceria diretamente o projeto político de João Azevêdo. Trata-se de um rearranjo de forças que expõe fissuras na base governista e reposiciona o MDB no centro do debate sucessório.
O recado de Veneziano é direto: as perdas em Cajazeiras não significam recuo, mas sim recalibragem. Ao ampliar o diálogo com lideranças de peso e atrair aliados estratégicos, o senador demonstra disposição para enfrentar o jogo pesado da pré-campanha e deixar claro que não aceitará ser espectador de decisões tomadas à sua revelia.
Em um cenário cada vez mais volátil, a aliança em construção entre Veneziano e Cícero tende a ganhar musculatura política e pode redefinir o equilíbrio de forças na Paraíba. Mais do que uma reação imediata, o movimento revela uma estratégia de médio prazo, com potencial para influenciar diretamente o rumo das eleições e redesenhar o mapa político do estado.
Redação/ExpressoPB
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