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Mortes na PB-391entre Sousa e Uiraúna: advogado questiona testemunha ‘misteriosa’, fuga e incêndio de carro: “queima de provas”

O grave acidente que matou dois jovens na noite do último domingo (22) na rodovia PB-391 (entre Sousa e Uiraúna), Sertão da Paraíba, ganhou um novo capítulo.  O advogado Ozael da Costa Fernandes foi contratado pela família de uma das vítimas, “Saulo do Grau”, para atuar como assistente da acusação no inquérito policial.

Em entrevista ao programa Cidade Notícia, da rádio Líder FM de Sousa, nesta quinta-feira (27), o jurista levantou pontos de interrogação sobre a conduta dos envolvidos e a dinâmica dos fatos, sugerindo uma possível tentativa de atrapalhar a investigação.

Fuga do local e silêncio

Ozael Fernandes estranhou o comportamento dos quatro ocupantes do carro modelo Tucson, dirigido por Victor Araújo de Sá, após a colisão que matou os rapazes na hora.

“As quatro pessoas não fizeram isso, se ausentaram do local do fato e efetivamente só depois se apresentaram à Delegacia de polícia”, disse.

O advogado destacou que a obrigação legal dos envolvidos seria permanecer no local para prestar assistência e aguardar a polícia, o que não aconteceu.

Testemunha ‘misteriosa’ e ligação suspeita

Outro ponto levantado é o surgimento de uma testemunha que foi à delegacia para culpar as vítimas, dizendo que a moto Bros estava em alta velocidade (100 km/h) e “ziguezagueando” na pista. O advogado questiona a credibilidade e a presença dessa pessoa.

“De onde surgiu essa testemunha? Parece até que a testemunha tem o dom da premunição, sabia que iria ocorrer esse acidente naquela localidade e aguardou lá para depois ser testemunha”, afirmou.

Fernandes revelou, ainda, uma informação que pode tornar, no seu entender, o depoimento mais suspeito: a testemunha foi vista acompanhada de familiares do motorista do carro no local do acidente.

“Você veja que estranho, ele vai ali ao lado do pai, ao lado dos familiares do condutor do veículo e fazem aquela cena, parece ele é protagonista de uma cena mostrando a pista… é algo teatral, é algo cênico”, declarou.

O especialista em direito penal alerta que, se comprovada a tentativa de deturpar a investigação, a testemunha pode responder por falso testemunho ou obstrução da Justiça.

Bebida no carro e incêndio suspeito

O assistente de acusação também cobrou clareza sobre dois pontos cruciais para a punição criminal:

  • O álcool: há informações de que uma garrafa de bebida destilada estaria dentro do carro. Se o motorista e/ou os ocupantes estavam bebendo, a responsabilidade penal pode mudar.

“Se esse motorista, esse pessoal que estava ali no interior do carro tivesse consumindo bebida alcoólica, a figura penal começa a mudar, poderá se dar um crime de homicídio doloso por dolo eventual.O dolo eventual acontece quando o autor assume o risco de matar.

  • O fogo: o incêndio que destruiu o carro envolvido no acidente também está sob investigação.

“Há um comentário aí na cidade recorrente de que esse carro teria sido incendiado, queimado para evitar uma possível perícia mais cuidadosa no futuro”.

Ozael Fernandes ressaltou que, se todos os ocupantes do carro estavam bebendo, eles podem ser responsabilizados pelo crime de duplo homicídio por coautoria, pois deveriam ter impedido o condutor de dirigir alcoolizado.

Investigação em andamento

A polícia, sob o comando do delegado Anderson Fontes, está investigando todos esses pontos. Detalhes já divulgados indicam que a autoridade policial confirmou a presença de quatro pessoas e bebida no interior do carro, além de suspeitar de um incêndio criminoso, como noticiado nesta terça-feira (25) no Blog do Levi. O inquérito busca esclarecer a dinâmica da batida e determinar a velocidade exata dos veículos e as responsabilidades criminais de cada envolvido.

Redação/Blog do Levi
Foto Reprodução

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