O prefeito de Belém, Igor Normando (MDB), afirmou nesta segunda-feira (17) que o primeiro-ministro da Alemanha, Friedrich Merz, fez uma fala “infeliz, arrogante e preconceituosa” sobre a cidade. O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), também reagiu e teceu duras críticas, destacando que o povo paraense abriu as portas e mostrou força e acolhimento.
A declaração ocorreu após a passagem de Merz por Belém para a Cúpula dos Líderes que antecedeu a COP30, a conferência do clima da ONU. O encontro antecedeu as negociações que seguem na capital paraense até a próxima sexta (21).
Merz esteve em Belém no dia (7), onde participou de uma reunião bilateral com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na ocasião, ele afirmou que a Alemanha fará aporte ao TFFF (Fundo Florestas Tropicais para Sempre), iniciativa criada pelo Brasil para incentivar financeiramente a preservação de florestas tropicais, como a Amazônia. O primeiro-ministro, porém, não informou qual será o valor destinado ao fundo.
De volta ao seu país, Merz fez um discurso no Congresso Alemão do Comércio e comparou a Alemanha ao Brasil. Ele relatou uma conversa com jornalistas que o acompanharam na viagem. “Quem de vocês gostaria de ficar aqui?”, perguntou. Em seguida, afirmou que nenhum deles levantou a mão. “Todos ficaram contentes por termos retornado à Alemanha, na noite de sexta para sábado, especialmente daquele lugar onde estávamos”, disse.
A declaração motivou reação do prefeito de Belém, que publicou um vídeo em suas redes sociais. Normando afirmou que a fala de Merz foi preconceituosa e não corresponde às percepções registradas por visitantes durante os eventos da COP30. Segundo ele, turistas demonstraram interesse pela cidade, sua gastronomia, belezas naturais e história.
No vídeo, o prefeito declarou que a Amazônia “ajudou o mundo inteiro a respirar” e defendeu a necessidade de empatia com os povos da floresta. Ele afirmou que políticas públicas devem apoiar o desenvolvimento das populações amazônicas “com equilíbrio e sustentabilidade”, destacando o papel da região nas discussões climáticas internacionais.
Igor Normando concluiu dizendo: “Enquanto você vem com sua arrogância, nós vamos oferecer o nosso calor humano. Cada um dá o que tem”. A COP30 teve início no dia (10) em Belém e segue com programação internacional organizada pela ONU, envolvendo delegações de vários países e debates sobre metas de preservação ambiental.
Helder Barbalho, por sua vez, disparou: “O Pará abriu as portas e mostrou a força de um povo acolhedor. Curioso ver quem ajudou a aquecer o planeta estranhar o calor da Amazônia. Um discurso preconceituoso revela mais sobre quem fala do que sobre quem é falado. O futuro pede menos promessas e mais apoio concreto para quem protege as florestas. Aproveito para fazer outra pergunta: quem aqui tem orgulho do Pará e do Brasil? Que levante a mão e comente contra toda forma de preconceito”.
Seminário Pós-COP: O Brasil diante das transformações globais
24 de novembro de 2025 (segunda-feira); sessões às 10:00-12:30 e 19:00-21:30
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Sessão da Manhã (10:00-12:30)
Aldo Fornazieri (Professor da FESPSP, Cientista Político) – abertura da sessão
Ricardo Abramovay (Professor Sênior, Instituto de Energia e Ambiente, USP)
Gabriel Ferraz Aidar (Superintendente de Planejamento e Pesquisa Econômica, BNDES)
Alexandre Ramos Coelho (Coordenador do MBA em Geopolítica da Transição Energética, FESPSP)
Sessão da Noite 19:00-21:30
Painelistas confirmados:
Aldo Fornazieri (Professor da FESPSP, Cientista Político) – abertura da sessão
Paulo Teixeira (Ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar)
Luciana Aparecida da Costa (Diretora de Infraestrutura, Transição Energética e Mudança Climática, BNDES)
Juliano Medeiros (Historiador e Professor Convidado da FESPSP)
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Redação/DCM
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