Não há como negar: Major Sidnei não chegou a ser um dos políticos mais bem votados da história de Sapé por acaso. Os 22 mil votos que conquistou contra os 5 mil de Roberto Feliciano não foram obra do destino, mas resultado de uma engrenagem que mescla estratégia política, construção de imagem e articulação com a máquina pública. A eleição foi apenas o primeiro ato de um enredo que o atual prefeito segue escrevendo com habilidade e, sobretudo, visão de longo prazo.
A cena recente envolvendo o Tribunal de Contas do Estado (TCE) e o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) ilustra perfeitamente essa lógica. Dias depois de o TCE determinar que a Prefeitura de Sapé adote, em até 30 dias, medidas para retomar as obras paralisadas do Mercado Público Municipal, um desgaste natural para qualquer gestor, Sidnei apareceu em uma reunião de alto nível com o presidente do TRE.
Na pauta, a proposta de valorização dos servidores requisitados que atuam na Justiça Eleitoral, com um detalhe que não pode ser ignorado: a implementação de uma verba indenizatória que, inevitavelmente, precisará do aval do TCE. Em outras palavras, o prefeito soube costurar alianças institucionais em um momento de pressão, deslocando o debate público para uma agenda positiva e de impacto.
Aqui está o ponto central: enquanto muitos gestores se limitariam a reagir defensivamente, Major Sidnei aplicou a máxima de transformar o “limão em limonada”. Usou o episódio do TCE como gatilho para reposicionar sua imagem, mostrando não apenas jogo de cintura, mas também habilidade em articular com diferentes poderes.
Essa estratégia não é novidade para quem acompanha sua trajetória. O Major tem apostado em narrativas de força e eficiência, criando a percepção de que governa com pulso firme, mas sem perder a capacidade de diálogo. Ao se antecipar às críticas e apresentar soluções, ele consegue driblar a opinião pública e, de quebra, se projetar como líder que age além da esfera municipal.
No tabuleiro político, cada movimento importa. E Sidnei sabe disso. Sua postura demonstra que, em Sapé, mais do que administrar, é preciso administrar a narrativa. E, até aqui, ele tem feito isso com precisão cirúrgica.
Em resumo, o episódio com o TCE e o TRE não deve ser lido como coincidência, mas como a reafirmação de uma estratégia que já lhe garantiu votos, prestígio e espaço político. Estratégia, amigo, estratégia.
Redação/ExpressoPB
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