A cena política de Guarabira ganhou novos contornos com um fato inédito: a prefeita Lea Toscano vê sua base de apoio na Câmara Municipal empatar numericamente com a oposição. O registro, feito pelo radialista Rodrigo Costa, da Rádio Guarabira FM, confirma um placar de 7 a 7 entre governistas e oposicionistas na Casa Osório de Aquino. A diferença, e o alívio para o Executivo, está no voto de minerva do presidente da Câmara, Júnior Ferreira, aliado fiel do governo.
O dado, por si só, já revela muito sobre o atual momento da gestão. Lea Toscano iniciou seu mandato com uma ampla vantagem: 10 parlamentares compunham sua base logo nos primeiros meses de governo. Mas, em apenas oito meses, esse número despencou, transformando o que era conforto político em um cenário de instabilidade e constante articulação.
O que teria levado a essa mudança brusca no tabuleiro do poder? Nos bastidores, a resposta é quase unânime: a influência direta e crescente da deputada estadual Camila Toscano nas decisões administrativas da prefeitura, conforme o ExpressoPB.net já havia analisado em artigo publicado na semana passada. Aliados próximos, em conversas reservadas, apontam que a intromissão da parlamentar nas pautas e estratégias da gestão tem gerado desconforto e desgastes. Já ex-aliados não poupam críticas públicas, acusando a condução política de afastar quadros importantes.
Essa tensão interna não é um detalhe menor. Em política, base parlamentar sólida significa governabilidade; sem ela, cada votação torna-se um teste de força e habilidade de negociação. Com o empate, Lea Toscano entra numa fase em que cada movimento no xadrez político precisará ser calculado ao milímetro, sob risco de ver projetos emperrados e perder protagonismo em ano pré-eleitoral.
A nova configuração da Câmara de Guarabira também mostra que a oposição, antes fragmentada, encontrou um ponto de equilíbrio e está mais articulada. O placar 7×7 não é apenas numérico: é simbólico. Representa a quebra de hegemonia do grupo da prefeita dentro do Legislativo e um alerta claro de que a fidelidade política é um ativo que precisa ser cultivado diariamente.
Em suma, a fotografia do momento revela uma prefeita que começou forte, mas que agora enfrenta o desafio de reconstruir pontes, resgatar confiança e evitar novas deserções. Caso contrário, o voto de minerva do presidente da Câmara pode se transformar de trunfo eventual em dependência crônica, e isso, em política, é sempre um sinal de fragilidade.
O recado do placar é direto: o jogo virou, e Lea Toscano terá que jogar com estratégia, não mais com vantagem.
Redação/ExpressoPB
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