O deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB), atual presidente da Câmara dos Deputados, voltou a ser alvo da mídia nacional após vir à tona a informação de que utilizou R$ 110 mil do Fundo Partidário para fretar um jatinho até Belém (PA), onde participou da festa de 80 anos do senador Jader Barbalho (MDB-PA). O evento ocorreu em um sábado, no dia 26 de outubro de 2024.
De acordo com reportagem de Tácio Lorran, do portal Metrópoles, Motta embarcou em Brasília às 11h15 e retornou no mesmo dia, às 16h15. O parlamentar era o único passageiro a bordo da aeronave, cujo voo de ida e volta foi custeado integralmente com recursos do partido — dinheiro proveniente do Fundo Partidário, que por lei deve ser destinado a atividades administrativas e institucionais das legendas políticas.
A presença na celebração de Barbalho, considerada um evento social e privado, levanta questionamentos sobre o uso da verba pública para fins que fogem à finalidade prevista pela legislação. A polêmica se intensifica pelo fato de Hugo Motta, à época, estar em plena campanha pela presidência da Câmara e pela presença de outras figuras influentes, como Arthur Lira (PP-AL) e Ciro Nogueira (PP-PI), sinalizando o caráter político do encontro.
Contradição com discurso público
A revelação contrasta diretamente com o discurso que Hugo Motta tem adotado em sua trajetória pública. O parlamentar é conhecido por cobrar responsabilidade fiscal do governo federal e criticar gastos excessivos da máquina pública.
Esta não é a primeira vez que Motta é alvo de críticas por gastos considerados incompatíveis com a austeridade que prega. Em junho de 2024, o mesmo portal Metrópoles divulgou que o deputado gastou R$ 27 mil em um jantar para cerca de 30 parlamentares, com um custo médio de R$ 904 por pessoa.
Deputado nega irregularidades
Procurado para comentar o caso, o gabinete do deputado Hugo Motta negou qualquer irregularidade no uso dos recursos públicos. Em nota oficial, afirmou que:
“O pagamento foi realizado de forma regular, em conformidade com a legislação vigente e com as normas internas do partido, não havendo qualquer irregularidade ou impropriedade nos procedimentos adotados.”
Apesar da justificativa, o caso reacende o debate sobre transparência e moralidade no uso de verbas partidárias, especialmente quando utilizadas para custear deslocamentos a eventos sociais de caráter pessoal.
Redação/ExpressoPB
Foto Reprodução: Mario Agra -Câmara





