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ANÁLISE | Por que o embate com Lula pode comprometer o futuro político de Hugo Motta na Paraíba

O recente movimento do deputado federal Hugo Motta (Republicanos), presidente da Câmara dos Deputados, ao colocar em votação a derrubada do decreto de Lula que reajusta o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), gerou mais que uma tensão institucional entre os Poderes. Na avaliação do analista político Max Silva, trata-se de uma jogada arriscada que pode ter efeitos duradouros e negativos na trajetória política de Motta, sobretudo na Paraíba, onde a popularidade de Lula segue firme como alicerce eleitoral.

Segundo análise publicada em seu blog, Max observa que a manobra de Motta foi lida por muitos como uma tentativa de reafirmação do Congresso frente ao Executivo, num momento de reequilíbrio das forças entre os três poderes. Contudo, o gesto gerou imediata reação da militância petista e de eleitores fiéis ao presidente, especialmente nas redes sociais. Hugo passou a ser rotulado de “traidor”, “inimigo do povo” e outros adjetivos que refletem o desgaste simbólico dessa escolha política.

Apesar do robusto apoio que Hugo detém na Paraíba — sustentado por dezenas de prefeitos e máquinas municipais —, Max Silva acredita que esse episódio pode deixar cicatrizes. Em um estado onde Lula ainda é sinônimo de capital político forte, desafiá-lo publicamente pode não ser apenas um erro tático, mas estratégico.

Para 2026, caso Motta deseje alçar voos mais altos e disputar um cargo majoritário, como o Senado ou o Governo do Estado, a oposição petista terá em mãos uma munição poderosa: o voto de Hugo contra um decreto presidencial do líder mais popular do país no Nordeste.

Mesmo em um cenário mais conservador, onde o deputado opte pela reeleição, a polarização pode acirrar os ânimos. E o eleitorado mais ideológico, fiel ao lulismo, poderá dificultar o caminho. A rejeição pode ser tanta que nem mesmo a força das prefeituras aliadas — tradicional trunfo de Hugo — será suficiente para conter os danos. Como ironiza o analista, nem o “Hoogle” (brincadeira com o nome do parlamentar e o buscador Google) conseguiria oferecer uma saída viável.

Essa análise de Max Silva acende um alerta: em tempos de redes sociais e engajamento militante digital, o custo político de desafiar um presidente popular pode ser mais alto do que o calculado. A política mudou, e talvez Hugo Motta esteja prestes a descobrir isso da forma mais dura.

Redação/ExpressoPB
Foto Reprodução/Ricardo Stuckert / PR

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