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Nova protagonista da política paraibana, Juliana Cunha Lima balança estruturas e gera tensão no ninho tucano em Campina Grande, diz site

A pré-candidatura de Juliana Cunha Lima, primeira-dama de Campina Grande e filiada ao União Brasil, à Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) caiu como uma bomba no tradicional grupo político da Rainha da Borborema, conforme registra o jornalista Ytalo Kubitschek do site PBAgora. Esposa do prefeito Bruno Cunha Lima, Juliana surge como um novo nome de peso no cenário político estadual, mas sua ascensão está longe de ser pacífica — especialmente entre aliados históricos da própria base governista.

Nos bastidores, nomes de peso como os deputados estaduais Tovar Correia Lima, Fábio Ramalho e Manoel Ludgério, todos do PSDB, já sentem os efeitos da movimentação de Juliana, que promete redesenhar o mapa eleitoral de Campina Grande e acirrar ainda mais a disputa por espaço dentro do grupo Cunha Lima.

Entre os parlamentares, Fábio Ramalho parece ser o menos afetado — por ora. Com forte presença na gestão municipal como super-secretário e um eleitorado consolidado, ele mira sua reeleição em 2028. Ao não disputar diretamente votos com Juliana, Ramalho preserva sua base e fortalece o próprio projeto político, mantendo-se como peça-chave na engrenagem sucessória.



O clima fica mais tenso com o deputado Tovar Correia Lima, cuja relação com o grupo sempre foi de lealdade quase familiar. Apadrinhado político do ex-governador Cássio Cunha Lima, Tovar abriu mão de sua pré-candidatura a prefeito em 2020 e 2024 para manter a unidade do grupo — e, agora, se vê em rota de colisão com a possível eleição de Juliana, que pode se tornar um novo polo de poder interno, enfraquecendo suas pretensões futuras.

Com uma reeleição apertada em 2022 — apenas 83 votos de vantagem sobre o suplente Manoel Ludgério — Tovar já admite, nos bastidores, que 2026 pode ser uma batalha ainda mais difícil. Sua permanência na Assembleia Legislativa está em xeque, e a entrada de Juliana no tabuleiro torna tudo ainda mais imprevisível.

Já Manoel Ludgério, que sonha com o retorno ao parlamento estadual, sente-se praticamente alijado do processo. Com a pulverização de candidaturas dentro do grupo e a falta de articulação política mais clara, Ludgério vê suas chances minguarem — e não esconde a frustração.

Vereadores aliados também demonstram insatisfação e resistem a abrir mão de seus projetos sem “argumentos mais convincentes”, revelando um cenário de racha silencioso que ameaça a unidade do grupo governista em Campina Grande.

A pré-candidatura de Juliana Cunha Lima, pelo que se observa, não foi combinada com os antigos protagonistas da política local.

Com o silêncio ensurdecedor de Romero Rodrigues, ex-prefeito e principal fiador da unidade em eleições passadas, a pergunta que paira no ar é: quem vai conduzir essa reconfiguração do tabuleiro político em Campina Grande?

Entre promessas não cumpridas, feridas abertas e estratégias ocultas, uma coisa é certa: a sorte favorece os corajosos — e Juliana parece disposta a arriscar tudo.

Redação/ExpressoPB
Foto Reprodução 

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