Uma denúncia grave envolvendo a eleição municipal de Marí, na Paraíba, pode abalar a recém-eleita prefeita Lúcia de Fátima Santos da Silva. O processo de Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE), Número: 0600785-35.2024.6.15.0004, protocolado na 4ª Zona Eleitoral de Sapé, acusa a administração municipal, liderada pelo atual prefeito Antônio Gomes da Silva, de abuso de poder político e econômico para beneficiar a candidata apoiada por ele, que venceu as eleições com uma apertada diferença de apenas 206 votos.
O uso da máquina pública em benefício eleitoral foi apontado como a principal estratégia do governo municipal para garantir a vitória. Entre as irregularidades denunciadas estão gastos excessivos com publicidade institucional no período eleitoral, contratações massivas de servidores temporários e a distribuição de benefícios à população, como materiais esportivos, prática proibida durante o ano eleitoral. De acordo com a denúncia, essas ações ferem a igualdade de oportunidades entre os candidatos e favorecem indevidamente a chapa vencedora.
Entre as evidências mais contundentes da denúncia está um vídeo de propaganda eleitoral, no qual o prefeito Antônio Gomes revela publicamente que irá inaugurar um hospital municipal para que a população continue votando em sua candidata, Lúcia de Fátima, conhecida como Lucinha. O vídeo mostra claramente o prefeito associando a obra pública diretamente ao apoio eleitoral à sua sucessora.
o hospital foi inaugurado oficialmente na sexta-feira, 04 de outubro, há apenas dois dias das eleições.
O caso agora está nas mãos do Judiciário, que analisará as evidências e decidirá sobre a procedência da denúncia. Se comprovadas as irregularidades, a nova gestão corre o risco de ser cassada. As penalidades previstas incluem a cassação do diploma da prefeita eleita, Lúcia de Fátima, e seu vice, Severino Pereira, além da declaração de inelegibilidade por oito anos para ambos e outros envolvidos.
A denúncia revela um cenário de grande insegurança jurídica para a gestão de Lúcia de Fátima, que já começa seu mandato sob a sombra de uma possível cassação. A diferença de votos na eleição, uma das menores registradas nas últimas décadas, aumenta ainda mais a tensão em torno do desfecho do processo. A comunidade mariense aguarda ansiosa pela decisão do juiz eleitoral, que pode mudar completamente o rumo político da cidade.
As evidências levantadas mostram que o governo municipal teria utilizado a máquina pública, incluindo a veiculação de propagandas, eventos com artistas pagos com dinheiro público e contratações temporárias, para influenciar diretamente o resultado das urnas.
Caso a denúncia seja aceita, Marí pode enfrentar novas eleições, e o futuro político da cidade permanecerá incerto. O processo evidencia a fragilidade do processo democrático em face de abusos de poder, e o resultado desse julgamento pode ter um impacto profundo na política local.
Redação/ExpressoPb