EDITORIAL: Por que diante da crise os prefeitos não renunciam?

Publicado em segunda-feira, setembro 11, 2023 · Comentar 


Essa é uma boa justificativa para os senhores prefeitos afetados pela crise financeira que dizem enfrentar  renunciarem seus mandatos e entregarem a chave das prefeituras para quem tem tino, coragem e criatividade para dribla-la.

O papo mal arranjado dos prefeitos de que vão demitir para conter a crise  não se sustenta quando estes mesmos desperdiçam o dinheiro público com festas e mais festas, sem controle e nem precauções nos gastos. Esse é o discurso que não engana mais e não passa de um engodo de prefeitos mal intencionados para com os coitados servidores que levam a máquina pública nas costas.

Porque diante da crise os nobres prefeitos não entregam os cargos? Como sempre, quem paga é o mais fraco: demissão de servidores, corte de salários e enquanto isso gastos desnecessários continuam na lista de despesas das prefeituras Brasil afora.

Basta uma rápida pesquisa na internet que é possível ver a farra com o dinheiro público: lá em Pedras de Fogo, o Forró Fogo levou uma parcela do dinheiro que falta para pagar os servidores; em Sapé o São João trouxe de Elba Ramalho à outra dezena de atrações; Bananeiras realizou o maior São João de nossas vidas as custas do dinheiro público, sem falar em Alagoa Grande, onde o prefeito Sobrinho ganhou fama ao reclamar de Lula, depois de torrar milhões de reais, desde fevereiro com a festa da padroeira [shows com Filipe Santos, Henry Freitas, Filipe Mello, Dorgival Dantas e Eric Land], passando por Caminhos do Frio em agosto com cerca de 14 atrações musicais, o São João em junho e a Festa de Emancipação política em março.

Agora, com a suposta crise na porta, os prefeitos decidem cortar gastos, mas no bolso dos pobres servidores, quando seria mais cômodo renunciar ao cargo por incompetência em gerir o dinheiro público, pois fazer gestão é escolher prioridades.

Expresso repete o que disse em novembro do ano passado [2022] em seu editorial A máquina dos eventos que moi as finanças dos pequenos municípios: “Nada contra a essas contratações [a realização das festas], desde que elas não atrapalhassem a execução de outros serviços essenciais para atender a população. Quando esses gastos com festas e eventos se tornam a máquina de moer as finanças dos pequenos municípios é aqui que a porca torce o rabo.”. Essa é uma verdade elementar e os senhores prefeitos deveriam deixar de mimimi e se responsabilizarem pelo que a eles compete; e antes de colocar a conta nas costas dos mais fracos, botando servidores para fora dos seus postos de trabalho, o que na prática não resolve a crise, deveriam pedir pra sair. Chega!

Editorial / ExpressoPB – 11/09/2023

 

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