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Adolescente arrombou porta para salvar idosa de incêndio

Foto Reprodução

Kaique Cunha, um adolescente de 16 anos, estava passando as férias escolares na casa da avó, que mora em frente à residência onde ocorreu o incêndio, na Vila Rodrigues, cidade de Botucatu, São Paulo.

Na madrugada do dia 3 de dezembro, ele ouviu gritos de socorro e correu para ajudar. “Eu estava deitado no quarto, assistindo televisão com meu irmão. Comecei a ouvir um pedido de socorro: ‘tá pegando fogo!’. Eu saí e fui ver”, contou ele, em entrevista ao G1.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, o incêndio começou por volta da meia-noite. A casa pertence a uma idosa de 70 anos, que estava dentro do imóvel no momento do incidente.

“Eu pulei o muro e entrei na casa. Ela não estava conseguindo abrir a porta, então eu pedi para ela se afastar e arrombei a porta. Aí consegui trazer ela para fora”, diz. Neste momento, segundo Kaique, o fogo já estava bem alto.

Segundo os bombeiros, havia vários materiais recicláveis dentro da casa, o que facilitou a propagação rápida das chamas pelos cômodos.

Kaique agiu antes mesmo da chegada do resgate. “Foi coisa de filme. Eu tirei ela para fora de casa e a polícia chegou. Depois, chegaram os bombeiros e ficou tudo sossegado.”

Antes de entrar na casa, Kaique chegou a ser questionado por uma moradora, que estava preocupada com a segurança do garoto. “Ela falou para eu tomar cuidado. Eu respondi: ‘não, fica sossegada, eu faço curso de bombeiro.”

O curso a que o adolescente se refere é o Bombeiro Educador, um programa educativo realizado pela corporação paulista que ensina alunos das redes pública e privada a agirem em situações de emergência.

“Tenho três sonhos: se eu não conseguir ser jogador de futebol, quero ser policial. E se eu não conseguir ser policial, quero ser bombeiro”, diz o adolescente, estudante do ensino médio.

O ato heroico rendeu aplausos da família, dos vizinhos e até dos bombeiros, segundo Kaique. Mas o heroísmo não foi o suficiente para livrar o adolescente de uma bronca da avó, Evelyn Cunha, de 59 anos.

Isso porque a mulher só foi descobrir o que o neto havia “aprontado” pela manhã, por volta das 6h. “Eu não vi nada, estava dormindo. De manhã, quando eu saí, estava um burburinho na rua: ‘o neto da dona Evelyn tirou a senhorinha do incêndio’. Eu falei: ‘Kaique, que história é essa? Eu não acredito que você fez isso!’”, conta a avó.

“Começou a aparecer gente aqui no meu portão. Ele ficou famoso da noite para o dia. O menino está ‘nas internet’. Até foto estão pedindo”, diz a avó.

Evelyn diz que até teve a impressão de ouvir o portão de casa ser aberto durante a madrugada, enquanto dormia, mas decidiu não seguir a intuição. “Eu achei que fosse bobeira da minha cabeça.”

Depois de conversarem, Evelyn entendeu toda a situação, e o orgulho pelo neto tomou conta. “Essa molecada é terrível. Tem horas que dá trabalho. Mas é motivo de orgulho”, diz a avó.

Redação/ Rádio Life FM

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