A politica substituiu a guerra, mas a primeira não é menos perigosa que a segunda, assim afirmam os filósofos que analisam as ocorrências ao longo da história. Michel Foucault, um dos principais filósofos francês do século XX, chegou a dizer que “a política é a guerra continuada por outros meios”, mas na cidade de Sapé, distante cerca de 50km da capital da Paraíba, voltamos aos tempos bárbaros.
As cenas de brutalidade protagonizadas pelos vereadores Nego Simplício e Dudu do Trigo, durante sessão da câmara na última terça-feira (06) mancha a imagem do poder legislativo sapeense. Não é o mérito que este artigo (editorial) deseja analisar, mas as consequências da transloucada atitude de um parlamentar que deveria ser exemplo moral, seja pelo cargo que ocupa, seja pelo que rege a regra básica de contrato social ajustado por um determinado povo.
Quando atos de selvageria parte justamente do parlamento, a realidade é ainda mais complexa, porque o parlamento pressupõe o ambiente do debate político. Diferente do Executivo, por exemplo, é premissa do legislativo DEBATER, CONTRADITAR ideias, CONVENCER os divergentes usando a argumentação e não a força bruta.
Deplorável ainda mais que, seguidas as cenas de luta corporal de um, outro parlamentar, tão bruto quanto o primeiro danifique os microfones da casa para impedir que um terceiro parlamentar usasse da palavra e ainda, sem nenhum pudor das câmeras que lhe filmavam, esbravejasse ameaças de todas as sortes, com o teor de ELIMINAR o adversário do cenário político e do debate, assim como foi registrado em vídeos que chegou a mídia nacional.
Dizem que o parlamento é a representação de um povo, mas nem todas atitudes dos integrantes desse parlamento retrata o conjunto de uma sociedade. Não! O povo de Sapé não é aquilo que se viu na câmara, o povo de Sapé não aceita que seja “pau” [ como grita alguém em um dos vídeos] onde deve ser DIÁLOGO. Um povo que se orgulha de apresentar como exemplo um de seus filhos mais ilustres, o intelectual Augusto dos Anjos, não aceita se rebaixar aquilo que assistiu-se na casa alta [ou pelo menos deveria ser] daquele município.
Diante da barbaridade assistida e por não ser a primeira vez que parlamentares se ameaçam e se agridem verbalmente, não tem como não prever uma tragédia anunciada!
Da Redação
Editorial – 08/11/2022
ExpressoPB





