
O Instituto Butantan informou que se reunirá hoje (6) com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância em Saúde) para uma reunião técnica sobre a vacina que desenvolve contra o novo coronavírus. Em nota, o instituto informou que apresentará amanhã os resultados de eficácia da vacina CoronaVac, desenvolvida em parceria com o laboratório chinês Sinovac.
O governo João Doria (PSDB) já prometeu duas vezes apresentar os resultados da vacina, mas recuou, justificando questões contratuais junto ao laboratório chinês.
A reunião de hoje, às 14h30, é para tratar de questões técnicas do estudo da vacina. Também havia a previsão de um encontro nesta quarta-feira, às 17h, com o gerente-geral de medicamentos e produtos biológicos da Anvisa, Gustavo Mendes, para fazer a última checagem de informações antes de pedir autorização para uso da vacina. Essa última reunião foi cancelada e será remarcada amanhã (7).
Em nota, o Butantan informou que vai agendar para amanhã reunião “para tratar da eficácia da vacina e da submissão do pedido de registro. A expectativa é que os resultados de eficácia sejam divulgados amanhã, quinta-feira, dia 7, em coletiva de imprensa”.
O motivo do cancelamento da reunião do final da tarde de hoje não foi informado pelo Butantan.
A expectativa é que o governo Doria faça amanhã o pedido para uso da vacina. O Butantan pretende ingressar com dois pedidos: um emergencial (para vacinar grupos de risco) e outro para registro (que permite aplicação em massa, para toda a população).
Até esta quarta-feira (6), nenhum laboratório pediu autorização à Anvisa para aplicação de doses. A agência reguladora prevê que o pedido emergencial pode levar até dez dias para análise, já o de registro, até 60 dias.
No entanto, o governo paulista defende a aplicação de uma lei aprovada ano passado que determina prazo de 72 horas para a Anvisa aprovar o uso de fármacos (entre eles vacina) desde que já aprovados em agências regulatórias de referência. A leia vale para vacinas que estejam registradas (para uso em massa) nas agências dos Estados Unidos, União Europeia, Japão e China. Até hoje, nenhuma vacina está aprovada nesta condição em nenhuma dessas agências.
Avanço da pandemia
Em reunião virtual com prefeitos eleitos, Doria disse hoje que o estado e o país vivem uma segunda onda de coronavírus. Doria já havia dito que o pior tinha sido superado, em agosto.
“Tenho que fazer um alerta e um apelo. Alerta é a circunstância de segunda onda da covid-19, que chegou ao Brasil e mundo. Não tínhamos essa expectativa até outubro, mas São Paulo, Brasil e 215 países lamentavelmente estão vivendo a segunda onda deste vírus”, declarou o governador aos 645 prefeitos do estado.
O secretário de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, cobrou responsabilidade dos administradores municipais.
“Vidas estão nas mãos de cada um de vocês. Vamos priorizar aqui aqueles que seguem o Plano São Paulo nos atendimentos. Aqueles que forem irresponsáveis vão para o fim da fila neste momento. Vamos cobrar. Se não tiverem seguido as regras fundamentais da saúde, notificamos, encaminhamos para o MP (Ministério Público), que muitas vezes entra com ações de improbidade, responsabilizando prefeitos que vão sofrer ações”, afirmou Vinholi durante a reunião virtual.
No final do ano, prefeitos de cidades do litoral paulista desrespeitaram a orientação do governo para restringir o funcionamento do comércio e restringir a circulação de pessoas.
A existência de uma segunda onda no Brasil é um conceito ainda debatido entre especialistas, visto que, apesar de uma queda em outubro e novembro, o país nunca chegou a controlar a pandemia de fato.
Vacinação
O governo Jair Bolsonaro (sem partido) apresentou em dezembro um plano nacional de imunização, mas não definiu data para iniciar a imunização. Em São Paulo, Doria prometeu o início da vacinação em 25 de janeiro, mas só poderá vacinar se tiver aval da Anvisa para isso.


O Brasil voltou a registrar mais de mil mortes por dia pela covid-19 nesta terça-feira (5). Ontem foram 1.186 mortes, com isso o total chegou a 197.777 óbitos desde o início da pandemia. Os infectados somam 7,8 milhões. Os dados foram divulgados pelo consórcio de veículos de imprensa, do qual o UOL faz parte.
Da redação/ Com UOL





